Subiu para mais de 170 mil o número de desabrigados pelas inundações em Brasil, Paraguai, Argentina, e Uruguai neste domindo (27), de acordo com a AFP. O balanço levou autoridades nacionais e organismos de socorro a apressar planos de ajuda, em meio a previsões de mais chuvas para a região.
A situação mais grave continua no Paraguai, que vive uma das piores inundações em décadas. Subiu para 140 mil o número de desabrigados, dos quais pelo menos 90mil nas regiões ribeirinhas próximas a Assunção, informou neste domingo a Secretaria de Emergência Nacional
“O rio está perto dos 8 metros. Nem as piores previsões indicavam que em dezembro poderíamos chegar a estes níveis no rio Paraguai”, disse a jornalistas Julián Báez, titular da Direção de Meteorologia e Hidrologia paraguaia.
O pico de 9 metros de cheia do rio data de 1983, quando as águas alagaram o porto de Assunção e inundaram as principais ruas do centro da capital. O governo determinou que os 7.000 moradores da cidade de Alberdi, 130 km ao sul, deixem a localidade devido a fissuras no muro de contenção, que poderiam provocar uma tragédia.
As inundações são acompanhadas de chuvas torrenciais, que neste fim de semana deixaram quatro mortos, esmagados na queda de árvores na região metropolitana de Assunção.
Báez admitiu que o rio Paraguai baixou 3 cm nas margens de Assunção, apesar das chuvas. No entanto, os prognósticos são de mais chuvas para os próximos cinco dias. O rio Paraguai registrou um aumento de 7 centímetros nas últimas 24 horas, reportaram autoridades em hidrologia.
Além de Assunção, outros sete departamentos (estados) foram declarações em situação de emergência devido ao transbordamento de rios e riachos. Os especialistas esperam a normalização do nível do rio no final do mês de março.
“Soluções definitivas”
Na Argentina, o presidente Mauricio Macri suspendeu as férias neste domingo para viajar à cidade de Concórdia, na província de Entre Rios, uma das três regiões mais afetadas pelas inundações que já deixaram 20 mil desabrigados em todo o país.
“Temos que nos comprometer com soluções definitivas”, disse Macri em entrevista coletiva realizada em Concórdia, às margens do rio Uruguai, atingida pela pior inundação desde 1959 e onde há 10 mil desabrigados.
Macri falou com os jornalistas após sobrevoar de helicóptero a zona inundada, ao lado do governador de Entre Rios, Gustavo Bordet, e do prefeito de Concórdia, Enrique Cresto.