Ao contrário do que sugerem uma nota e arquivos de áudio que circulam no WhatsApp e redes sociais, líderes de diferentes entidades de caminhoneiros negam uma nova paralisação da categoria para este domingo (2) ou na próxima segunda-feira (3).
“Quem diz que vai haver uma outra greve definitivamente não quer o bem do setor”, pondera Claudinei Pelegrini, presidente da Fecam (Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Estado de São Paulo).
Os avisos compartilhados nas redes sociais dizem que devem se iniciar “novas paralisações a partir das 0h de domingo e, desta vez, bem mais organizadas e ordeiras”. Os autores dos comentários ainda completam que “não vai rodar nada — nem carro pequeno e nem ônibus”.
Segundo Pelegrini, que negociou as reivindicações da classe junto ao governo federal durante a greve que parou o país no último mês de maio, os arquivos compartilhados nas redes datam de três meses atrás e foram “ressuscitados” por mal-intencionados.
“São áudios de intervencionistas. Nós não discutimos mais com o governo Temer, que está terminando. Se houver qualquer debate, será com o próximo presidente”, diz. “O que nós não podemos aceitar é que, num momento importante como este, em que observamos verdadeiras mudanças no setor do transporte de cargas, pessoas alheias à nossa área usem os caminhoneiros como massa de manobra para pressionar os políticos”, reforça o presidente da Fecam.
O presidente da Fenacat (Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores), Luiz Carlos Neves, concorda que a possibilidade de greve é remota: “Eu também recebi esses arquivos, mas não existe nada de concreto. Há discordâncias dentro da categoria e eu não acho que esse seja o momento de parar. O Temer sancionou as leis em relação àquilo que foi reivindicado”.