O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em campanha para as eleições de 2018 há meses, mas a partir de hoje intensifica sua agenda. Começa o tour pelo Nordeste, que deve durar até o dia 5 de setembro, e deve ser a primeira de quatro caravanas a serem realizadas até o ano que vem. As outras passarão por Sudeste, Sul e Centro-Oeste. A intenção é reeditar a Caravana da Cidadania, feita entre 1993 e 1994, que foram a 359 cidades.
Na época, a ideia foi considerada um sucesso, mesmo que Lula tenha perdido as eleições de 1994. Tanto que o ex-presidente passou a reeditar as caravanas sempre que achou necessário. Foi assim em 2001, antes das eleições que o levaram ao Planalto, quando visitou 47 cidades em sete estados. Agora, com o presidente condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro, se aproximar do povo, segundo a ótica petista, virou questão de sobrevivência.
Dessa vez, na agenda estão 28 municípios, em nove estados. Mas o percurso deve trazer mais polêmicas do que nas últimas passagens. A agenda feita às pressas, depois da condenação, que ocorreu no dia 12 de julho, está com diversos furos antes mesmo de o tour começar. O título de doutor honoris causa, que receberia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no dia 26 de agosto foi cancelado por falta de tempo para organizar a solenidade, de acordo com a reitora Margareth Diniz. O título foi aprovado pela universidade em 2011.
Outra homenagem, o título de cidadão de João Pessoa (PB), que foi proposto inicialmente em 1997, também causa controvérsia. Como forma de protesto, a mesa diretora da Câmara municipal não estará presente na solenidade. Na Bahia, um vereador do DEM de Salvador entrou na Justiça para tentar proibir a Universidade Federal do Recôncavo de tornar Lula doutor honoris causa.
Lula fará o trajeto de ônibus, entre a Bahia e o Maranhão. Ontem ele recebeu uma boa notícia. Segundo pesquisa do instituto Poder 360, segue liderando as pesquisas para 2018, e ampliou a vantagem sobre os concorrentes: tem 33% das intenções de voto, ante 25% do segundo colocado, que agora é o deputado Jair Bolsonaro.