Impasse entre Embraer e Sindicato deve atrasar o abono

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirmou que a Embraer vai atrasar o abono acordado na proposta de reajuste salarial, inicialmente programado para esta quarta-feira (30). O abono, de R$ 4 mil, seria pago para cada um dos 13 mil trabalhadores da planta de São José.

A empresa diz que falta a formalização do acordo de convenção coletiva entre a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que comanda as negociações em nome da Embraer, e do Sindicato dos Metalúrgicos.

De acordo com a entidade, a empresa teria informado, em um comunicado, que só faria o pagamento para os funcionários da empresa de São José após aprovação da convenção coletiva por trabalhadores de todo o setor aeronáutico das negociações conduzidas pela Fiesp. A Latecoere, de Jacaréi, por exemplo, está em greve desde o dia 22 por não concordar com a proposta oferecida.

“Eles disseram que não teve acordo nas fábricas fornecedoras e aí não vão assinar o acordo. Isso é protecionismo para para proteger interesses, não tem outra explicação”, disse o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros.

Outro lado.    A proposta da data-base feita pela Embraer e aprovada pelos trabalhadores envolve o abono fixo de R$ 4 mil por empregado, independente da faixa salarial, a ser pago nesta quarta-feira, dia 30, e um reajuste de 5% no salário a partir de janeiro de 2017.

Em nota, a Embraer afirmou que já assinou os acordos com as unidades de Botucatu, Gavião Peixoto, São Paulo, Sorocaba e Taubaté. “Em São José dos Campos, os trabalhadores da Embraer de todas as unidades e de todos os turnos também aprovaram a mesma proposta. Para ser efetivada, falta ainda a formalização do acordo de convenção coletiva entre a Fiesp e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.”

Reunião. Nesta terça, Embraer e Sindicato se reúnem para debater a proposta de lay-off para 2.000 funcionários anunciada pela empresa, visando contenção de gastos. A entidade propôs redução na jornada de trabalho, de 43 horas para 41h30 semanais, como alternativa.

Segundo o Sindicato, a assinatura da convenção coletiva e o abono também serão debatidos no encontro. “Vamos exigir o pagamento imediato, que foi o combinado. Se a Embraer não cumprir o que prometeu, nós vamos para a greve”, disse o sindicalista Herbart Claros.