nião Europeia insistiu nesta quarta-feira na abertura de negociações sobre o clima em Bonn sobre a importância de ter ambições também no curto prazo, até 2020, dois dias após Washington anunciar novos objetivos para 2030.
“Embora todos olhemos para além da década atual, é essencial intensificar a ação até 2020”, ressaltou em um comunicado Connie Hedefaard, comissária europeia encarregada do clima, no início desta sessão de negociações auspiciadas pela ONU.
A União Europeia estima alcançar uma diminuição de 24% de suas emissões de gás de efeito estufa em 2020 em comparação com 1990, mais que seu objetivo oficial de 20% que foi fixado junto à Islândia.
A redução adicional representaria, em 2020, 5,5 gigatoneladas evitadas, o equivalente a mais de um ano de emissões da UE e da Islândia (4,55 Gt em 2012), segundo a Comissão.
A UE estima assim “fornecer uma contribuição significativa” para reduzir a brecha existente entre o que os Estados deveriam fazer para conter o aquecimento global e os compromissos assumidos pelos governos.
Os 12 dias de negociações tuteladas pela ONU em Bonn, até 15 de junho, devem permitir avançar em direção a um novo pacto mundial contra o aquecimento.
Os 195 países envolvidos neste complexo processo de negociações planejam alcançar no fim de 2015 em Paris um acordo global que preveja compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa aplicável para todos os países a partir de 2020.
O objetivo global é tentar conter o aquecimento das temperaturas médias do planeta, abaixo do limite de 2ºC em relação à era pré-industrial. Segundo os cientistas, a Terra está atualmente na trajetória de um aquecimento de 4ºC.
A sessão em Bonn começava nesta quarta-feira com negociações técnicas e deve abordar os temas concretos na quinta e sexta-feira com a presença anunciada de 40 ministros. As negociações abordarão a natureza e o alcance do futuro acordo aplicável a partir de 2020 e também as modalidades para uma maior ação até 2020.
Na segunda-feira, o presidente americano, Barack Obama, anunciou novas normas sobre as emissões de centrais elétricas, que geram em torno de um terço do conjunto das emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos. O objetivo é reduzir as emissões de CO2 nas centrais existentes em 30% até 2030 em comparação com 2005.
Plano da China de limitar CO2 é um avanço:
hina estabelecerá um teto para suas emissões de CO2 a partir de 2016, disse um destacado conselheiro do governo nesta segunda-feira, um dia após os Estados Unidos terem anunciado novas metas para seu setor de energia, indicando assim uma potencial superação de diferenças em duras negociações climáticas na Organização das Nações Unidas (ONU).
O progresso nas negociações climáticas globais tem sido frequentemente frustrado por uma grande divisão entre países ricos e pobres, liderados pelos Estados Unidos e pela China, respectivamente, sobre quem deveria adotar mais medidas para reduzir emissões.
Mas a declaração do conselheiro aliada ao anúncio dos EUA levaram otimismo entre os observadores, que esperam ver o fim de décadas de impasse na questão. As medidas estão sendo divulgadas antes de um encontro global sobre mudanças climáticas na quarta-feira, na Alemanha.
A China, maior emissor do mundo, vai estabelecer um teto para suas emissões de CO2 quando seu próximo plano quinquenal entrar em vigor em 2016, disse He Jiankun, presidente do Comitê Consultivo de Mudanças Climáticas da China, em uma coletiva em Pequim.
As emissões de carbono na economia chinesa, ainda dependente de carvão, devem continuar a crescer até 2030, mas estabelecer um teto absoluto significa que a questão será mais regulamentada.
“O anúncio chinês marca, potencialmente, o ponto mais importante de mudanças na questão climática em uma década no cenário mundial”, disse Michael Grubb, professor de energia internacional e políticas climáticas da Universidade de Londres.