Terroristas invadem redes sociais do Departamento de Defesa americano

O governo americano admitiu nesta segunda-feira (12) que errou ao não mandar um representante mais graduado do governo para a grande manifestação de domingo (11), na França. E a Casa Branca teve outra dor de cabeça: hackers invadiram contas de redes sociais do Departamento de Defesa.

As contas invadidas são do Comando Central do Exército americano, setor responsável pelas operações militares em todo o Oriente Médio. Os hackers se dizem seguidores do Estado Islâmico, grupo radical que atua no Iraque e na Síria e que vem sendo combatido pela coalizão liderada pelos Estados Unidos. Na mensagem, os invasores afirmaram que estão agindo em nome de Alá, e disseram que a guerra santa vai continuar pela internet. Em uma ameaça direta aos militares, os hackers escreveram: nós não vamos parar. Sabemos tudo sobre vocês, suas mulheres e seus filhos. E concluíram: soldados americanos, tomem cuidado.

Os hackers também divulgaram os endereços e telefones de militares e postaram vídeos do Estado Islâmico. Minutos depois da invasão, as contas foram desativadas. O porta-voz da Casa Branca disse que o Departamento de Defesa está investigando a extensão do incidente. Fontes ligadas ao Pentágono avaliam que o episódio, apesar de constrangedor, não representa risco à segurança nacional.

Mas esse não foi o único assunto embaraçoso para a Casa Branca nesta segunda-feira (12). O governo americano foi obrigado a admitir que errou ao não enviar representantes de alto escalão para a manifestação de domingo (11), em Paris. Só quem compareceu foi a embaixadora americana na França. O presidente Barack Obama passou o fim de semana na Casa Branca e o secretário de Estado John Kerry estava na Índia. O governo da França não reclamou da ausência – mas a imprensa não perdoou: “vocês desapontaram o mundo”, diz a capa de um jornal. A Casa Branca afirmou que Obama gostaria de ter ido a Paris, mas que não houve tempo suficiente para elaborar um plano de segurança.

Proteger o presidente a céu aberto, no meio de mais de um milhão de pessoas em um outro país seria um desafio enorme para o Serviço Secreto americano. Diante das críticas, John Kerry vai se encontrar com o presidente François Hollande na quinta-feira para discutir o terrorismo.