O satélite conhecido como UbatubaSat, desenvolvido por alunos do ensino fundamental de Ubatuba (SP), foi lançado na última sexta (9) do Centro Espacial Tanegashima, no Japão, para a Estação Espacial Internacional (ISS).
A primeira etapa do lançamento foi transmitida ao vivo pela Jaxa, agência espacial do Japão. A expectativa é que o satélite seja relançado ao espaço no dia 19 próximo e, a partir do dia 21, já esteja em órbita.
O UbatubaSat pode ser o primeiro satélite totalmente desenvolvido no Brasil a funcionar em órbita, de onde poderá registrar a distância de sondas espaciais, detectar a formação de bolhas no espaço e também fazer contato com radioamadores e transmitir mensagens que foram gravadas por estudantes.
O projeto UbatubaSat foi idealizado pelo professor de física Cândido Osvaldo de Moura. A iniciativa surgiu no início de 2010, quando ele teve conhecimento de que uma empresa norte-americana estava desenvolvendo um veículo lançador e vendia os kits de montagem de pequenos satélites que pudessem ser lançados pela empresa.
Desafio na sala de aula
Cândido levou o desafio para a sala de aula. Na época, ele era professor de matemática da Escola Municipal Presidente Tancredo de Almeida Neves (Etec), em Ubatuba. “A gente achou que seria interessante fazer um satélite desses com os alunos da quinta série. Eles tinham em média dez anos de idade e poderiam ser os mais jovens do mundo a desenvolver um projeto espacial”, conta o professor.
Segundo Cândido, este tipo de satélite pequeno foi criado nos anos 1990 para servir como experiência pedagógica nas universidades. Com apoio técnico e financeiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Agência Espacial Brasileira (AEB), o professor adaptou a experiência para os alunos mais jovens.
O satélite levou três anos para ficar pronto. A construção foi conduzida por seis alunos, mas desde 2010 cerca de 400 estudantes já passaram pelo projeto, que engloba outras atividades de desenvolvimento científico.
Cândido e seus alunos acompanharam o lançamento do satélite da sede do Inpe, em São José dos Campos (SP). “A maior conquista é o aprendizado do aluno. O que a gente quis foi colocar [os alunos] em contato com a ciência e a tecnologia desde cedo. Este sucesso a gente já conquistou”, disse Cândido.