Uma professora de inglês de Volta Redonda, no Sul Fluminense, está desaparecida desde o dia 1º de fevereiro. Ela sumiu quando tentava entrar clandestinamente nos Estados Unidos. As informações são do Bom Dia Rio desta sexta-feira (13).
Segundo a família, o sonho de Najla sempre foi ter uma vida melhor, com mais conforto, e para ela morar nos Estados Unidos tornaria isso possível. A professora de inglês, de 43 anos, já tinha vivido ilegalmente no país durante seis anos.O único filho de Najla nasceu nos EUA e tem dupla nacionalidade. Em 2005 ela foi deportada e teve que voltar ao Brasil. Em 2011, tentou entrar no país sem autorização novamente, mas foi detida no aeroporto de Nova York.
O tio de Najla acredita que a origem árabe possa ter dificultado a permanência dela, principalmente depois do ataque de 11 de setembro de 2001.
“O passaporte dela está carimbado da visita à Espanha e Oriente Médio e isso pode ter sido um empecilho para ela conseguir o visto”, disse o tio, Luiz Antônio da Cunha.
A professora não desistiu e, segundo o tio, no fim do ano passado recorreu a um grupo de “coiotes”, guias de imigrantes ilegais, para atravessar a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Najla teria pago quase U$20 mil, cerca de R$57 mil, a um agenciador de Minas Gerais.A família recebeu a informação de que essa quantia não foi repassada para o grupo de coiotes. Então, a brasileira teria sofrido ameaças e precisou pagar mais U$8 mil, cerca de R$23.
Najla embarcou para Cancun, no México, no dia 21 de novembro de 2014 e a última vez que ela fez contato foi no dia 1° de fevereiro. Ela ligou para o namorado, que mora nos EUA e tem visto permanente, e disse que já estava em solo americano, na cidade de Mekala, no estado do Texas. De acordo com o telefonema, ela estava esperando o melhor momento para atravessar o deserto, uma caminhada que dura cerca de 12 horas.
No dia 3 de fevereiro, o namorado recebeu uma ligação dizendo que Najla tinha sofrido uma parada cardíaca e que ela morreu durante a travessia. Seu corpo teria sido deixado no deserto. A família foi informada logo depois e, nesta semana, entrou em contato com o Itamaty em busca de notícias.
Em nota, divulgada na quarta-feira (11), o Ministério das Relações Exteriores afirmou que está tentando confirmar com diversos consulados a morte de Najla, mas, que até então, as autoridades não tinham conhecimento do caso.
“Eu praticamente não tenho esperanças de que ela esteja viva, mas minha irmã, a mãe dela, e alguns parentes sim. Pelas circunstâncias e informações dadas, eu acho difícil”, completou o tio de Najla.