A crueldade da morte do zelador Jezi Lopes de Souza, de 63 anos, deixou as pessoas que moram próximo à casa onde o corpo do idoso foi encontrado esquartejado, nesta segunda-feira (2), em Praia Grande, no litoral de São Paulo, espantadas. De acordo com um dos vizinhos do imóvel, que não quis se identificar, o publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, de 47 anos, principal suspeito pelo crime, se mostrava uma pessoa normal quando ia ao local e, antes de ser preso pela polícia, não levantou suspeitas, já que foi visto fazendo um churrasco tranquilamente. O zelador foi morto na capital paulista e trazido para a Baixada Santista dentro de uma mala. O publicitário e sua mulher, uma advogada de 42 anos, foram detidos e tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias.
Segundo o vizinho, tanto o Eduardo quanto o pai, que é o proprietário da casa, eram bem vistos pelos moradores da região. “Eu o conhecia, mas falei com ele poucas vezes. Tanto ele quanto a sua família sempre se mostraram boas pessoas, de princípios e educados. Nunca imaginei que um problema desse tipo fosse ocorrer”, diz.
Ele também destaca que o publicitário se mostrava um filho atencioso, já que o seu pai apresentava alguns problemas de saúde e ele sempre se deslocava para auxiliá-lo nos tratamentos. “O pai dele mora aqui há pouco mais de quatro anos. Me mudei para cá um mês depois de sua chegada. O filho vinha de vez em quando, pois o pai precisava se locomover para fazer tratamento médico em São Paulo. As irmãs dele também sempre foram muito simpáticas. Não era uma pessoa que levantava qualquer tipo de suspeita, aparentemente”, comenta.
Sobre as horas que sucederam a morte do zelador, o vizinho do pai de Eduardo nega ter visto qualquer movimentação estranha que indicasse que um crime havia ocorrido e que um corpo poderia estar sendo ocultado no local. “Vi ele no domingo (1º), por volta das 13h30, sozinho, sem o carro, relaxando na churrasqueira. Observei que ele estava fazendo um churrasco. Eu ia falar com ele, mas apenas o cumprimentei e ele acenou de volta. Estava bem à vontade e não achei nada estranho na hora. Não imaginei que tudo isso estivesse acontecendo”, afirma.
O vizinho diz que a notícia não era esperada., mas afirma que, devido à falta de segurança no País, não chegou a ser uma surpresa. “Não me espantou por conta da insegurança que vivemos no Brasil, só que é algo que chama a atenção por ser tão próximo. Infelizmente, uma pessoa que a gente até via como um exemplo teve uma atitude dessas. O Eduardo não tinha problemas com ninguém na nossa rua. Pelo contrário, sempre que me encontrava perguntava da minha filha, chegava até a brincar com ela. Por isso, como tive contato com ele, é uma situação que nos deixa chocados, mas não espantados”, conclui.
O crime:
De acordo com as investigações policiais, o publicitário matou o zelador na capital paulista, colocou o corpo dele dentro de uma mala e fugiu para Praia Grande. Ainda segundo a polícia, o suspeito teria esquartejado o corpo do zelador já no litoral de São Paulo, com um serrote encontrado na casa. O publicitário teria espalhado partes do corpo pela casa, em sacos plásticos. Outras partes teriam sido queimadas na churrasqueira e algumas, enterradas. Ele também teria jogado cal em pedaços dos restos mortais do zelador, para evitar o mau cheiro.
Eduardo e sua mulher, Ieda da Silva Martins, advogada de 42 anos, tiveram suas prisões temporárias decretadas pela Justiça na noite de segunda-feira. Inicialmente, o casal ficará detido por 30 dias para a conclusão das investigações.