PM prende chefes do Comando Vermelho

A PM (Polícia Militar) acredita ter desarticulado a cúpula do CV (Comando Vermelho), principal facção do Rio, com a prisão, ontem, de seis chefes. O secretário de Segurança José Mariano Beltrame vai pedir que os traficantes Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu da Mineira, chefe do tráfico do Chapadão, na zona norte, seu primo José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira, e quatro comparsas sejam transferidos a presídio federal.

“As lideranças soltas hoje seriam (os traficantes) Pezão (Luciano Martiniano da Silva) e Marcelo Piloto, mas a informação que a gente tem é que não estão em redutos do Rio de Janeiro e sim no Paraguai. Ou essas lideranças retornam ou eles (o CV) vão ter que eleger novos líderes”, disse o comandante de inteligência da PM, coronel Antônio Goulart.

A PM admite que a ação de ontem está ligada à morte de Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, líder do ADA (Amigos dos Amigos) e ex-chefe do tráfico na Pedreira, vizinha ao Chapadão, no sábado. A intenção seria mostrar que não só um grupo é alvo de ações e impedir que o CV se fortalecesse e tomasse áreas da região.

Os outros quatro presos são Robson Aguiar de Oliveira, conhecido como Binho do Engenho, Eduardo Paixão, o 2D, Rafael Silva Gomes e César Augusto Alta de Araújo, todos do Comando Vermelho. Somados, eles têm 120 anos de prisão em processos nos quais já foram condenados, além dos que não foram concluídos.

Os criminosos foram encontrados por cerca de 60 homens do COE (Comando de Operações Especiais) dentro de uma casa, em um condomínio próximo ao Chapadão, onde dormiam três dias por semana, como estratégia de segurança. Tinham forte aparto: cinco fuzis, um ponto 50 com capacidade de destruição antiaérea, uma pistola e muita munição. Após negociação tensa, acabaram se entregando.

Beltrame anunciou ontem que vai propor mudança no Estatuto do Desarmamento para impor penas mais rigorosas a quem usar armas exclusivas da Forças Armadas ou portar fuzis, gramadas, dinamites e outros explosivos.

“Precisamos dar um basta a esta idolatria a armas de guerra no Rio de Janeiro”, afirmou o secretário.