Morre escritora baiana Myriam Fraga, aos 78 anos

A Bahia perdeu nesta segunda-feira, 15, Myriam Fraga, 78 anos, escritora, poetisa e diretora da Fundação Casa de Jorge Amado. Ela estava internada no Hospital Aliança e lutava contra leucemia. O sepultamento será nesta terça-feira, 16, às 11h30 no cemitério Jardim da Saudade.

Em entrevista concedida a A TARDE, em 8 de janeiro de 2016, disse estar finalizando um livro de poemas inéditos, reunindo os últimos três anos de trabalho.

Ela era Diretora Executiva da Fundação Casa de Jorge Amado desde sua instituição, em julho de 1986. Entre 1980 e 1986, esteve à frente de projetos pioneiros na Fundação Cultural do Estado da Bahia, quando coordenou a Coleção dos Novos e foi responsável pelo projeto de criação do Centro de Estudos de Literatura Luiz Gama, hoje Departamento de Literatura.

Foi eleita em 24 de abril de 1985, para a Academia de Letras da Bahia (ALB) e tomou posse em 30 de julho de 1985. Atualmente ela era a vice-presidente da academia.

“Myriam era uma das principais poetisas de sua geração e também aliava a veia poética com a capacidade gestora”, comentou Jorge Portugal, secretário de Cultura do Estado da Bahia.

“Em cada momento em que eu estava com Myriam, eu tinha mais admiração pelo ser dela, pela pessoa, muito forte, uma guerreira, mas também muito delicada. Ela era uma poeta muito grande, uma das melhores do Brasil”, disse Evelina Hoisel, presidente da Academia de Letras da Bahia.

O governador Rui Costa lamentou o falecimento da escritora Myriam Fraga, nesta segunda-feira (15), em sua página no Facebook. “A literatura brasileira perde hoje um grande talento. Myriam Fraga levou poesia ao mundo. Mulher baiana, de São Salvador, inquietou seus leitores, nos fez refletir sobre o contraditório, a essência do feminino, sobre o país, e muito contribuiu para que nossa cultura fosse disseminada. Myriam deixa sua obra e a saudade. Em suas palavras: “escrever liberta”. Que Deus conforte os familiares e amigos”.

Myriam Fraga nasceu em 9 de novembro de 1937, em Salvador. Começou a escrever no fim da década de 1950, publicando seus primeiros poemas em jornais e revistas. Seu primeiro livro foi publicado em 1964, pela editora Macunaíma, de Glauber Rocha.