Promover encontro entre amigos e recontar a história de um dos ritmos mais populares do Brasil. Essa é a proposta de Bem Sertanejo, quadro do Fantástico, da Globo/TV Bahia, que acaba de ser lançado em DVD pela Som Livre. No comando do projeto está o paranaense Michel Teló, 33 anos. “Surgiu de uma maneira totalmente natural. Queria gravar um DVD de música sertaneja raiz, mas queria fazer de um jeito diferente. Ir na casa de cada um e mostrar a intimidade dessas pessoas. Fui desenvolvendo e, como vi que poderia virar um documentário ou um quadro, levamos para o Fantástico”, conta Teló.
Com direção musical do próprio Teló e direção geral de Fernando Hiro, o DVD reúne apenas musicais com clássicos como Saudade de Minha Terra (participação de Gusttavo Lima, Luan Santana, Jorge & Mateus e Chitãozinho & Xororó), Fio de Cabelo (também com Chitão e Xororó), Ainda Ontem Chorei de Saudade (com Zezé di Camargo & Luciano), Índia (Paula Fernandes), Chico Mineiro (ao lado de Fernando & Sorocaba e Victor & Leo), Pinga ne Mim (com Sérgio Reis) e Amargurado (Bruno & Marrone e César Menotti & Fabiano).
Escolha natural
Outra opção é assistir ao documentário completo, onde, entre uma música e outra, Michel bate papo com nomes como Almir Sater, Daniel, Sérgio Reis, Leonardo, e Zezé di Camargo & Luciano, Jorge & Mateus, Eduardo Costa, Milionário & José Rico e Jads &
Jadson.
“A escolha dos convidados foi extremamente natural. Se você for contar um pouco da história da música sertaneja, você já começa com Chitãozinho & Xororó, Sérgio Reis, Milionário & José Rico… aí já vem a geração dos anos 90 com Zezé, Leonardo, época em que o sertanejo explodiu. Surgiu de uma maneira muito fácil, muito simples. A lista foi bem rapidinha”, afirma.
Para as gravações, Almir Sater recebeu Teló em sua fazenda no Pantanal; já Chitãozinho & Xororó gravaram em sua própria casa, em Campinas, São Paulo; Bruno & Marrone e César Menotti & Fabiano, por sua vez, gravaram à beira de um rio, em Uberlândia, Minas Gerais.
Segundo Teló, nem todas as músicas entraram no DVD. “Com a Paula Fernandes, cantamos umas sete músicas, com o Xororó, nove. O repertório foi escolhido de modo bem tranquilo. Conheço o pessoal e sabia o que casava com cada um”, observa.
Nova edição
Teló conta ainda que muitos nomes ficaram de fora. “Sem dúvida. Tem Matogrosso e Mathias, Rio Negro & Solimões, Cezar & Paulinho… são muitos nomes. Tinha um tempo hábil que o documentário permitia. Quem sabe a gente faça um Bem Sertanejo número 2, porque ainda tem muita história boa para contar”, diz ele, sem dar mais detalhes da possível nova temporada.
O músico afirma que Bem Sertanejo foi uma imensa realização pessoal e profissional. “Muitos ali que eu tive a alegria de cantar são pessoas que fizeram parte da minha infância. Cresci ouvindo, então é uma realização pessoal. E foi realização profissional também, por mostrar esse lado que as pessoas não conhecem do Michel, que tem 21 anos de carreira, que toca sanfona e que conhece a música sertaneja. Além de tudo, a experiência de apresentar um quadro foi prazerosa”, pontua.
Teló lembra também de histórias curiosas que descobriu no decorrer das gravações. “Tem várias, né? Mas a que me chama atenção é Fio de Cabelo. Darci Rossi e Marciano escreveram a música e acharam que não era bacana. Chitãozinho & Xororó gravaram e venderam mais de um milhão de discos, além de ser a primeira música sertaneja a tocar em rádios FM no Brasil”, conta.
Apesar de focar na música sertaneja mais tradicional, o DVD tem espaço também para a geração chamada universitária. “O sertanejo só está nesse momento tão especial porque soube se reinventar”, acredita Teló.
“O sertanejo falava da vida no campo, só que o Brasil virou um país urbano e a música acompanhou isso. Antes era só sanfona, aí começou a ter bateria, teclado. A música foi evoluindo, foi se tornando urbana. Acho isso importantíssimo. Converso com o pessoal mais antigo e eles dizem que ficam muito felizes de ter se reinventado”, emenda.
Na estrada
A ideia de Teló é levar Bem Sertanejo para a estrada em 2015. Serão dois shows: um no qual ele mesmo interpretará clássicos do gênero, numa tentativa de recontar a história da música sertaneja; e outro no qual receberá um convidado especial para dividir o palco durante toda a apresentação. “Depois começo a trabalhar em um novo disco de inéditas”.
Salvador ainda não está na agenda, mas Teló deseja trazer o projeto para solo baiano. “Fiz uma micareta sertaneja aí no Carnaval de 2011 e foi muito bacana. Fomos recebidos com muito carinho. Seria muito bacana fazer um Bem Sertanejo Encontro em Salvador. Fazer em um teatro seria espetacular”, encerra o músico, que volta a bancar o apresentador no especial Sai do Chão!. A segunda temporada do programa estreia dia 21, logo após o Esquenta!, na programação da Globo/TV Bahia.