Manifestantes invadem evento onde Alckmin daria palestra em São José

Cerca de 100 manifestantes invadiram o auditório de uma universidade em São José dos Campos (SP), onde o governador Geraldo Alckmin (PSDB) daria uma palestra na tarde desta quinta-feira (15). Eles protestaram contra a reestruturação do ensino estadual, que o governo paulista pretende implantar a partir do início de 2016. Por conta do ato, o governador cancelou a agenda no local.

A medida proposta pelo Estado prevê que cada unidade escola receba apenas alunos de um dos ciclos da educação. Isso implicaria na necessidade de transferência de parcela dos estudantes. A reorganização ainda não foi divulgada.

Os manifestantes se reuniram na Praça Afonso Pena, no centro de São José, e iniciaram a passeata por volta das 16h. Eles seguiram até a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), onde Alckmin participaria de um seminário.

Quando o portão da Faap foi aberto para recepcionar o governador, os estudantes invadiram o local e foram para o auditório onde ele daria a palestra sobre administração pública. Ao perceber a situação, o veículo que levava o governador não entrou na universidade.

A Polícia Militar negociou com os manifestantes um prazo de 20 minutos para que eles fizessem o protesto no local. Depois, eles deixaram o auditório.

Protesto
Noelle Souza, de 17 anos, está cursando o primeiro do ensino médio. Com esta mudança, ela teme ser forçada a mudar da escola onde sempre estudou. “Já estudamos em salas lotadas com mais de 30 anos e com a reforma, devem ser mais de 50 por turma”, disse Noelle.

O Sindicato dos Professores de São Paulo (Apeoesp) é contra a mudança e teme que escolas sejam fechadas. Segundo a porta-voz da classe, em São José, 10 escolas devem ser diretamente afetadas. “Enquanto eles fecham salas de aula, constróem novas unidades da Fundação Casa”, disse Cleusa Trindade, conselheira do sindicato.

Outro lado
Em evento na manhã desta quinta-feira em São José do Barreiro, o governador afirmou que ainda não há definição sobre a reestruturação. Segundo ele, a medida visa reaproveitar melhor as escolas estaduais de São Paulo.

“Não tem nenhuma decisão ainda. Qual o objetivo? Nós temos capacidade para 6 milhões de alunos e temos 4 milhões. Nós temos 2.500 classes ociosas. Nosso objetivo, tendo espaço é reorganizar para melhorar a qualidade da educação”, disse durante a visita.

Um ato também nesta quinta-feira terminou em confronto em frente à sede do governo de São Paulo.