A loja de suplementos de Allan Guimarães Pontelo, de 35 anos foi roubada nesse domingo enquanto o corpo dele era enterrado em Sete Lagoas, a 70 quilômetros capital mineira, terra natal do rapaz.
Allan morreu na madrugada de sábado na boate Hangar 677, no Bairro Olhos D’água, Região do Barreiro, em Belo Horizonte.
De acordo com Polícia Militar (PM), por volta de 11h desse domingo (03-09), dois homens arrombaram a loja que fica no Bairro Água Branca, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Testemunhas contaram aos militares que a dupla estacionou um carro Gol, cor vinho, em frente à loja e arrombou a porta de aço. Foram roubados vestuários, aparelhos eletrônicos, além de suplementos. Ao perceberem que estavam sendo observados, os homens fugiram e ainda não foram localizados. Os policiais informaram que, possivelmente, os ladrões eram conhecidos da vítima, já que “levaram objetos específicos”. Imagens de uma câmera de segurança podem ajudar nas investigações.
SINAIS DE VIOLÊNCIA Parentes e amigos se despediram ontem do jovem fisiculturista e estudante de educação. A dor dos familiares, que denunciam que o jovem foi assassinado, aumentou ontem durante o enterro, no Cemitério Santa Helena, em Sete Lagoas, já que o pai de Allan, o técnico em eletrônica Dênio Luiz Pontelo, de 47, disse que o filho apresentava lesões graves, como afundamento de crânio e dentes quebrados, o que, para os parentes, reforça a hipótese de que houve agressões.
Dênio disse que obteve essas informações ao ver o corpo e conversar tanto com um médico do Instituto Médico-Legal (IML) quanto com funcionários da funerária que preparou o corpo para o velório e enterro do filho. O IML negou qualquer repasse de informações desse tipo a familiares, dizendo que o fato não procede, assim como a assessoria de imprensa da Polícia Civil.
Já a funerária confirmou que teve dificuldades de preparar o corpo, devido a um afundamento de crânio, além de fraturas no nariz, em uma das vértebras do pescoço e dois dentes quebrados. “Tenho certeza de que meu filho foi assassinado. Não tem nada de overdose, e aquelas drogas foram uma armação para despistar o que os seguranças fizeram. Esse menino era o cara mais espetacular que eu conhecia, meu filho era uma pessoa muito boa. O que fizeram foi tortura até matar”, afirma Dênio.
Ele disse também que viu o corpo do filho no IML de BH com muitos hematomas nas costas e conversou com um médico que trabalha no setor de medicina legal da capital mineira. “Ele falou que meu filho pode ter sido asfixiado”, afirma. A reportagem entrou em contato com o plantão do IML, que não avalizou a informação.
O delegado Matheus Cobucci, chefe da Divisão de Crimes Contra a Vida da Polícia Civil, unidade que ficará responsável pela apuração do caso, disse que essas informações dependem do laudo de necrópsia do corpo e não são fornecidas dessa maneira, até porque há exemplos de lesões que são causadas após a morte das vítimas, por manobras feitas pelas equipes de saúde para tentar ressuscitar pacientes com parada cardíaca. O delegado prometeu divulgar mais informações sobre o caso hoje.