Humorista e redator Max Nunes morre aos 92 anos no Rio de Janeiro

Na quarta-feira (11), morreu, no Rio de Janeiro, Max Nunes, o humorista que criou alguns dos personagens mais marcantes da televisão brasileira.

Um criador que soube captar o lado cômico da nossa sociedade, das famílias e dos vizinhos. “A vida, naturalmente, é feita de drama e de comédia”, dizia Max Nunes.

No rádio, escreveu o sucesso “Balança Mas Não Cai” que, depois, levou para a televisão. Ele lançou os atores Paulo Gracindo, como o “primo rico”, e Brandão Filho, no papel de “primo pobre”.

“É uma pessoa que nos alimentava com a sua genialidade”, afirma o ator Tony Tornado.

“O meu legado do Max Nunes é o personagem Severino”, conta emocionado o ator e humorista Paulo Silvino.

Ele foi parceiro de Jô Soares em vários programas, como o “Programa do Jô”. “Tudo o que ele fez sempre foi muito importante e foi sempre muito atual, muito moderno. Fica só muita saudade e, também, a consciência dele ter sido uma pessoa vitoriosa, um homem vitorioso”, diz Jô Soares.

Max Nunes foi internado há 22 dias por causa de uma queda, que sofreu em casa. Após uma cirurgia, vários órgãos começaram a ter problemas. A causa da morte divulgada pelo hospital foi infecção generalizada.

Uma das filhas dele conta que o período de internação Max Nunes enfrentou com bom humor, cantando para os enfermeiros e para os outros pacientes. “A alegria das enfermeiras, cantando ‘Bandeira Branca’, que ele compôs”, afirma a atriz Bia Nunes.

“A história da música ‘Bandeira Branca’ é o seguinte: eu briguei com a minha mulher, quis fazer as pazes e compus: ‘Bandeira branca, amor. Não posso mais. Pela saudade que me invade, eu peço paz’. Pronto”, lembra Nunes.

Max Nunes deixou uma frase sobre a morte. “’Quando morreu, deixou mulher e quatro filhos. Tinha que deixar. Como é que ia levar’. É bem ele”, conta Bia Nunes.