Greves no INSS e Justiça Federal prejudicam atendimentos na região

As greves da Justiça Federal e do INSS, deflagradas em todo o Brasil, prejudicam moradores do Vale do Paraíba que precisam do serviço. Somente em São José dos Campos, mais de três mil atendimentos deixam de ser feitos todo dia.

A paralisação da Justiça Federal dura 15 dias e enquanto a categoria não fecha um acordo com o governo apenas as audiências que já estão marcadas são realizadas. “Os servidores do judiciário federal estão em greve por estarem desde 2006, ou seja a nove anos, sem reposição salarial”, disse Sidney Bento, técnico do Judiciário.

O aviso de greve está por todos os cantos do prédio da Justiça Federal em São José. No fórum trabalhista, os servidores também cruzaram os braços para pedir reposição salarial. Nos escritórios de advocacia, os advogados estão sentido os reflexos da greve. Metade dos clientes é da área trabalhista e previdenciária.

“Acumulada ao trabalho que hoje está parado, vai impactar no sistema de maneira brutal, atrasando a prestação da tutela do Estado. Isso acaba impactando no escritório, no faturamento, trabalho do escritório e no direito do cliente”, disse o advogado João Teixeira Júnior.

INSS
Na Previdência Social, a greve já dura mais de um mês. “A greve é um prejuízo para todo mundo. Na volta da greve teremos sobrecarga de trabalho porque vamos atender todo mundo que não foi atendido durante a greve. A população é prejudicada no dia a dia. Nossa greve exige 15 mil contratações para acabar com essa agonia de fila, espera, de demora de dois anos para sair um processo de recurso de revisão”, disse a diretora do sindicato Rita de Cássia Pinto.

A auxiliar de serviços gerais Joelma Silva não ficou nada satisfeita quando soube que teria que voltar pra casa sem conseguir agendar a perícia médica. Ela está afastada do trabalho por causa de uma cirúrgia.

“Absurdo. Pago INSS, eu precisando, venho aqui e encontro um negócio desse”, disse.

Um dos cartazes que os grevistas colocaram no portão da unidade de São José diz que ‘do jeito que tá não da mais’. A auxiliar administrativa Marcela Prado concorda com os pedidos dos servidores, mas pra ela a população não pode ficar sem atendimento. A gravidez dela é de risco. esta afastada do trabalho mas não recebe o benefício do INSS.

Depois de reclamar, ela conseguiu agendar um atendimento para setembro, mas até lá, vai ficar sem pagamento. “Se a greve acabar e eu conseguir fazer a perícia dia 14, só vou receber em outubro. E meu neném, nasce até dia três de janeiro, esse tempo para trás o INSS vai me pagar? Como vai ficar meu beneficio? Como vou comer, tomar remédio, como é que vou comprar o leite da minha filha?”, questionou Marcela.

O INSS aguarda a posição do Ministério do Planejamento que ofereceu um reajuste menor do que o esperado. Por isso, não há data para o fim da greve. Só estão sendo feitas as perícias médicas já agendadas.