A festa acabou mais cedo que o previsto. Os convidados foram embora. Sem animação, o jeito é limpar a casa, recolher os enfeites e voltar à rotina.
A derrota brasileira para a Alemanha, na tarde da última terça-feira, não decretou apenas a eliminação na Copa do Mundo. Colocou também um ponto final nos lucros dos comerciantes da região.
O vexame de ser goleado por 7 a 1 obrigou os lojistas a tirarem produtos relacionados à Copa das vitrines. Camisas da seleção brasileira, que antes custavam R$ 229,90, já são encontradas por R$ 149,90. A ordem é limpar o estoque.
A gerente da Renascer, loja de produtos populares em São José, disse que o local estava completamente enfeitado até a última terça-feira. Bandeiras e buzinas eram as campeãs de venda. Agora, apenas um pequeno espaço da loja continua em verde e amarelo.
“Hoje, não vende quase mais nada. Antes, até havia um corredor inteiro de produtos ligados à seleção. Agora, tem pouquíssimo enfeite. O dono pediu para deixar só até o sábado, quando o Brasil faz o último jogo. Depois, acaba tudo”, disse a gerente da loja, Eunice Antônia, de 51 anos.

Gol contra. Na tarde de ontem, o aposentado Dalmo Teixeira, de 62 anos, olhava as vitrines das lojas no Calçadão da rua Sete de Setembro.
Uma réplica do troféu da Copa do Mundo o chamou a atenção. “Vou comprar e doar para a Argentina, porque para nós não serve mais”, brincou.
“Não dá para comprar mais nada de Brasil. Eu até levaria uma taça dessa, mas agora acabou”, completou.

Times. Sem o Brasil na briga pelo título, as lojas de material esportivo voltam o foco para o Campeonato Brasileiro.
Camisas de times paulistas retomam o espaço que, neste último mês, foi destinado à seleção de Luiz Felipe Scolari.
O gerente da Oscar Calçados, Marco Antônio do Nascimento, preserva poucas camisas da seleção na entrada da loja. No manequim, apenas uma do Palmeiras.
“O preço da camisa da seleção ainda não mudou por aqui. Até porque a derrota foi na terça e quarta foi feriado. A tendência é diminuir mesmo”, afirmou Nascimento.
“No começo da Copa, nós vendemos todas as camisas do Brasil em dois dias. Com o fim do Mundial, voltamos a vender os produtos dos times, que haviam sido deixados de lado neste mês”, concluiu.