O Corinthians está eliminado da Copa Libertadores da América. No jogo em que precisava marcar dois gols para ao menos promover uma disputa de pênaltis com o Guaraní, o time de Tite teve dois jogadores expulsos. O lateral esquerdo Fábio Santos e o meia Jadson receberam o cartão vermelho do árbitro Enrique Osses na noite desta quarta-feira, em Itaquera, onde os mandantes caíram por 1 a 0 diante dos paraguaios. Fernández selou o mata-mata com um gol nos acréscimos.
Apesar de ter feito um primeiro tempo bem diferente de suas últimas apresentações, o Corinthians não conseguiu pagar a dívida da apatia na derrota por 2 a 0 no Paraguai. No segundo, quando Tite apostou nas entradas de Stiven Mendoza e Danilo nos lugares do novato Malcom (que fazia boa partida) e do zagueiro Felipe, o Guaraní soube usufruir do desespero da equipe brasileira.
Os paraguaios agora enfrentarão o vencedor do confronto entre Racing e Wanderers – o jogo de volta será nesta quinta-feira, na Argentina, após empate por 1 a 1 no Uruguai. Já o Corinthians, que colecionou a sua segunda eliminação consecutiva em Itaquera (havia caído nas semifinais do Campeonato Paulista para o Palmeiras), agora precisará se conformar com o Campeonato Brasileiro. Jogará contra a Chapecoence na noite de sábado, em Araraquara.O jogo – Ao contrário da maioria da torcida do Corinthians, que já havia esboçado sofrimento (com comemoração ao final) até na disputa por pênaltis entre Cruzeiro e São Paulo, os jogadores do Guaraní não pareciam muito preocupados com a partida decisiva desta noite
A delegação paraguaia conheceu o gramado de Itaquera apenas uma hora antes de reencontrar o Corinthians, já que teve problemas para embarcar para o Brasil e só chegou de madrugada. Quando pisaram em campo, os atletas visitantes sacaram os seus telefones celulares e começaram a tirar fotografias do estádio que sediou a abertura da Copa do Mundo passada.
O Corinthians partilhava da tensão de sua torcida. Assim que o jogo começou, ainda com intenso foguetório do lado de fora do estádio, o lateral direito Fagner não economizou disposição para ficar com a bola. Paolo Guerrero seguiu o exemplo, porém cometeu falta e já foi punido com um cartão amarelo.
Iniciava ali a impaciência do público corintiano com Enrique Osses. Tentando não se importar com o árbitro chileno, como pede Tite, o Corinthians passou a usar as suas armas para sufocar o Guaraní. A mais nova delas era justamente uma aposta do treinador, o jovem Malcom, que ganhou a vaga do punido Emerson por sua atuação diante do Cruzeiro.
Com a maturidade de um veterano (após orar com os braços bastante erguidos, como se festejasse o gol inalcançável, antes de a bola rolar), Malcom se tornou a válvula de escape do Corinthians nos primeiros minutos. Aos cinco, ele acionou Fábio Santos pela esquerda. Jadson arrematou o cruzamento do outro lado, e o goleiro Aguilar defendeu.
As oportunidades de gol do Corinthians se avolumaram. Pouco depois, foi Guerrero quem cruzou da direita para Malcom emendar de primeira na esquerda. Elias não chegou a tempo de completar para a rede. Na sequência, o novato se empolgou e chutou a bola no lado externo da rede em vez de servir seus companheiros dentro da área.
Pelo Guaraní, a estratégia era um mero reforço do que havia se visto no Paraguai – tentar ser seguro na defesa e escapar em contra-ataques quando possível. Desta vez, no entanto, o Corinthians não dava sinais de marasmo. E Santander tinha dificuldades para se manter em pé no gramado molhado de Itaquera.