O presidente-executivo da operadora admite vender acções próprias se as condições de mercado ficarem “complicadas” e para ajudar a financiar a GVT. Espanhola é accionista da italiana através do consórcio Telco.
A Telefónica admite sair da Telecom Italia, afirmou Cesar Alierta, presidente-executivo da espanhola.
“Não queremos estar na Telecom Italia”, afirmou, citado pelo “Cinco Días”. Alierta frisou ainda que aprendeu muito no tempo em que esteve no capital da empresa e que o problema da Telecom Italia “foi não ser italiano”.
A Telefónica é um dos maiores accionistas da Telecom Italia, através do consórcio Telco, e tem por isso uma participação indirecta na TIM Participações, segunda maior operadora móvel brasileira, mercado onde a espanhola já está através da Vivo, que tinha em ‘joint venture’ com a PT até comprar a posição da portuguesa em 2010.
Esta participação indirecta já levou o regulador da concorrência brasileiro a exigir que a espanhola saísse da TIM, empresa onde a brasileira Oi, que está em processo de fusão com a PT, quer comprar a parte da Telecom Italia, que corresponde a 66,7% do capital. Esta aquisição poderá ser feita juntamente com a Claro, da America Movil, e a própria Vivo.
Cesar Alierta afirmou numa conferência em Espanha que pode vender acções próprias da Telefónica se as condições de mercado ficarem “complicadas”. E pode mesmo vender acções para ajudar a financiar a GVT. O negócio entre as duas empresas atingirá sinergias de, pelo menos, 4,7 mil milhões de euros.
No último comunicado ao mercado a Telefónica tinha 1,85% de acções próprias, com um valor de mercado de cerca de mil milhões de euros.
A Vivendi informou no final da semana passada que iria avançar com negociações exclusivas com a Telefónica, que ofereceu 7,45 mil milhões de euros pela GVT, suplantando a oferta da Telecom Italia, de sete mil milhões de euros.