A Polícia Federal realiza na manhã desta segunda-feira (3) mais uma etapa da operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Desta vez, o foco da ação é a cúpula do transporte rodoviário do estado. Os agentes estão nas ruas para cumprir oito mandados de prisão, dos nove que foram expedidos.
Na noite de domingo (2), a força-tarefa da Lava Jato antecipou parte da operação e cumpriu o outro mandado de prisão, contra Jacob Barata Filho. Um dos maiores empresários do ramo de ônibus do Rio foi preso no Aeroporto Internacional Tom Jobim, ao tentar embarcar para Lisboa, Portugal. O empresário já estava na área de embarque quando foi detido.
De acordo com as investigações, foram rastreados R$ 200 milhões em propina pagos pelos investigados a políticos do estado. Agentes também fazem buscas nas cidades de São Gonçalo e Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro, e nos estados do Paraná e Santa Catarina.
Prisão em Florianópolis
Rogério Onofre, ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro), foi preso em Florianópolis, segundo informações da TV Globo. Agentes da PF também cumprem mandados de busca e apreensão no Leblon, Zona Sul do Rio. Segundo investigações, pelas mãos de Onofre passaram pelo menos R$ 40 milhões em propina.
Onofre é advogado, o ex-prefeito de Paraíba do Sul, com dois mandatos, e foi indicado em 2007 pelo então governador Sérgio Cabral, também preso na Lava Jato, para a presidência do Detro, que fiscaliza o transporte intermunicipal no Rio. Em um perfil no Facebook sobre a gestão de Onofre no Detro, ele diz que recebeu autonomia total para combater o crime.
Por volta das 6h30, agentes da PF estavam no apartamento de Lélis Marcos Teixeira, presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), na Lagoa, Zona Sul do Rio. Lélis já havia sido levado em condição coercitiva em outra operação da Lava Jato e desta vez tem um mandado de prisão contra ele.
Policiais federais também foram a um condomínio na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oestepara cumprir mandado de prisão contra José Carlos lavoura, integrante do conselho da Fetranspor.
Outro alvo da operação é Marcelo Traça Gonçalves, presidente do Sindicato de Empresas de Transporte Rodoviário do Rio de Janeiro.
A operação foi baseada nas delações premiadas do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Jonas Lopes e do doleiro Álvaro Novis.