Vizinhos criam grupo em aplicativo para evitar assaltos em rua de S. José

Moradores da rua Tijuca, no Jardim Satélite, na zona sul de São José dos Campos criaram um grupo em um aplicativo de celular para alertar sobre atividades e barulhos suspeitos na vizinhança. A iniciativa é da professora Bianca Serpa e aconteceu depois que quatro assaltos foram registrados no local em menos de um mês.

Segundo a criadora do grupo, o objetivo é unir os moradores e evitar possíveis assaltos. “Passamos uma lista pela vizinhança para que eles colocassem o número do celular e eu adicionei no grupo. É uma forma de incentivo para um cuidar do outro”, afirmou a professora. O grupo foi criado na última quinta-feira (18) e tem 12 membros.

O próximo passo agora é conscientizar os vizinhos e tentar aumentar o grupo. “Tem muita gente que não tem o aplicativo no celular ou não sabe como funciona. Eu e meu marido estamos pensando em fazer uma reunião com os vizinhos para estreitar os laços e tentar aumentar ainda mais o grupo”, disse. De acordo com ela, antes do grupo, os vizinhos não mantinham nenhum tipo de contato.

No grupo, os vizinhos compartilham fotos de carros suspeitos, avisam sobre movimentos estranhos em residências e também avisam quando irão viajar e deixar a casa vazia. “Queremos manter contato e comunicar, não vamos sair na rua e enfrentar o bandido, mas a gente pode acelerar o contato com a polícia e tentar evitar um possível crime”, afirmou Bianca.

Assaltos
Segundo Bianca, a ideia de criar o grupo surgiu depois de assaltos na vizinha “Na quinta (18) entraram na casa de um vizinho e levaram tudo, isso me motivou a criar o grupo. Uma outra vizinha viu uma pessoa mexendo no portão, mas achou que era alguém que estava consertando. Se já tivesse o grupo, isso poderia ter sido evitado”, disse.

O comerciante Felipe Santana é o dono da casa que foi assaltada e conta que no momento da ação ninguém estava em casa. “Levaram tudo da minha casa, televisão, computador, máquina fotográfica, filmadora, dinheiro, jóias, violão, patins e muitas outras coisas. Iam levar mais, só que se assustaram com o barulho de um vizinho”, disse.

Segundo ele, o grupo no celular pode ser eficaz para evitar esses casos. “A ideia do grupo é excelente. O assalto aconteceu de tarde, é um absurdo. Fiz o boletim de ocorrência no dia da ação e a polícia nem veio na minha casa”, disse.

Além da casa de Felipe, os moradores contam que outras três residências da rua foram assaltadas em menos de um mês. “Não vemos ronda da Polícia Militar na rua, então criamos um jeito de fazer nossa própria segurança e tentar prevenir assaltos. Ninguém quer ser a próxima vítima”, disse Bianca.

Outro lado
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que devido às operações de intensificações do policiamento em áreas consideradas vulneráveis e com maiores índices criminais, houve uma migração dos infratores para o bairro Satélite.

Para atender as ocorrências do bairro, a PM informou que está realizando uma adequação do planejamento e emprego do efetivo no local. E ainda informou que os moradores podem participar de uma reunião com membros da polícia que é realizada nas últimas quarta-feiras do mês no Sesi.

Sobre a iniciativa dos vizinhos, a polícia informou que existe um projeto parecido que se chama “Vizinhança Solidária”. Os moradores se unem com o objetivo de prevenir assaltos e acionam a polícia quando notam a presença de pessoas em atitude suspeita.