Policiais e sindicalistas entram em confronto durante greve em Taubaté

Policiais e um grupo de sindicalistas entraram em confronto em frente à garagem da empresa de ônibus ABC Transportes, em Taubaté, nesta quinta-feira (9). Ao menos quatro pessoas ficaram feridas e três foram presas. Os trabalhadores do transporte público entraram em greve por tempo indeterminado nesta manhã por aumento nos salários.

A confusão teria começado por volta das 18h quando a empresa informou aos sindicalistas que seis linhas entrariam em operação. Após a informação, houve uma tentativa de impedir a circulação destes ônibus, que segundo o Sindicato dos Condutores, seriam operados por mecânicos e manobristas da empresa.

“Às 18h chegaram cerca de 50 policiais que começaram a jogar bomba, gás de pimenta e balas de borracha. Fui atingido na virilha por uma delas e vou prestar queixa contra a polícia”, disse José Roberto Gomes, diretor do sindicato.

O sindicalista Luiz Faria foi atingido na barriga por um tiro de borracha. “Teve policia acompanhando o movimento ao longo do dia, mas no fim da tarde chegaram cerca de 50 policiais e depois de uns trinta minutos começaram a atacar”, disse. Três dos quatro feridos foram atendidos no pronto socorro e liberados. Uma das vítimas foi levada para o hospital São Lucas.

Em nota, a Polícia Militar informou que há uma ordem judicial para que entrassem em operação 70% dos ônibus das 17h às 19h30 e das 6h às 08h30, e nos demais períodos 50% da frota,  porém, houve resistência de pessoas ligadas ao sindicato.

A Prefeitura de Taubaté considera a paralisação é ilegal. A Associação das Empresas de Transporte do Vale do Paraíba (Avetep) informou ainda que a ação é antidemocrática e aconteceu sem o aviso prévio, previsto em lei, de 72h. A associação recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho para exigir o fim da greve.

O impasse entre empresa e trabalhadores começou depois que o piso da categoria foi definido nesta quarta (8) pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A Justiça apontou que o reajuste deveria acompanhar o índice da inflação do ano anterior, de 5,82%. Os trabalhadores não aprovaram a decisão, pedem aumento real, e por isso deflagraram a greve.

Entenda o caso
Segundo o Sindicato dos Condutores a paralisação foi aprovada em assembleia nesta manhã e contou com a participação de cerca de 300 funcionários. Ao todo, 98 ônibus da empresa deixaram de cicrcular e afetou o transporte de 60 mil passageiros.