Wanessa Camargo está de volta. Agora com o sobrenome que havia abandonado em 2009, a cantora também mudou o rumo de seu trabalho: trocou a diva pop –que se encaminhava para uma carreira internacional– pela romântica sertaneja.
“Eu estava indo para um trabalho que seria muito rápido de fazer, no caminho de ‘Shine It On’, já tinha até escolhido algumas músicas. Mas olhei para o trabalho e estava sem tesão, sem a paixão. Estava fazendo por fazer. Foi quando parei tudo e pensei em tentar compor de novo”, contou ela ao UOL, no escritório do marido Marcus Buaiz, em São Paulo.
Para este recomeço, ela lançou o single “Coração Embriagado”. Em quatro dias disponível na web, a música chegou a 200 mil audições. Ainda que os números não sejam tão expressivos como “Fly” em sua era pop <2007 a 2013>, quando ela batia Fergie e seu Black Eyes Peas em execução nas rádios, Wanessa garante que está satisfeita.
“Lógico que quero aprovação do público, show lotado, me sustentar e ganhar dinheiro com o meu trabalho. Mas, para que isso aconteça, eu tenho que estar satisfeita e feliz. As pessoas falam de modinha, mas cabe a você saber o peso do que as pessoas falam. E eu sei o que sou, sei a minha verdade”.
Desde o disco “DNA” (2011) você não lançava um álbum de estúdio. Por que tanto tempo?
Fiquei um ano parada depois do meu segundo filho <joão francisco,=”” em=”” 2014=””>, mas este momento foi muito importante para mim. Eu estava indo sem saber se era aquele caminho que eu queria tomar. Estava indo para um trabalho que seria muito rápido de fazer, no caminho de “Shine It On”, já tinha até escolhido algumas músicas. Mas olhei para o trabalho e estava sem tesão, sem a paixão. Estava fazendo por fazer. Foi quando parei tudo e pensei em tentar compor de novo. O processo começou em maio de 2015 e agora estou entregando esse trabalho.
Com a divulgação da música “Coração Embriagado”, percebemos uma nova Wanessa. É isso que podemos esperar nessa fase?
Também nunca me vi assim, mas o sertanejo é algo muito natural para mim. Cresci em volta de moda de viola de raiz, então para mim não é um mundo estranho. O álbum “Total” (2007), antes da minha virada para o pop, tem várias sonoridades assim e realmente já me senti meio vazia para aquele tipo de trabalho. Queria testar outra coisa. Como sou uma pessoa eclética na música, do pop ao rock, são coisas que eu sempre quero colocar no trabalho. Estou buscando definições diferentes até morrer, quero estar em mutação porque isso me faz crescer e evoluir. Não é que eu não tenha uma personalidade. Tenho e sei para onde quero ir. Quero poder ir para qualquer lugar onde eu quiser. A minha personalidade é buscar mudança e transformação.
Em 2009 você deu uma entrevista dizendo que respeitava a música sertaneja, mas que não era o tipo de trabalho que queria fazer. O que te fez mudar de ideia nesses oito anos?
O que mudou é que você começa a ver outras coisas, e gosto é isso. Em 2009 eu estava ouvindo Madonna, Beyoncé e a identidade tem a ver com isso. Naquele momento era aquilo que eu queria explorar e isso muda. Comecei a ouvir algumas músicas dentro do sertanejo e fui me apaixonando, comecei a ver que essa fase nova estava linda. A minha música “Tanta Saudade” (2001) seria parecida com as sertanejas de hoje. Já sabia que eu voltaria para o romântico porque estava compondo assim, então foi questão de trazer coisas novas para o trabalho. O legal é você poder não se limitar nas coisas. Você não tem que morrer com aquela opinião, você muda.
Então você é uma cantora sertaneja agora?
Sou uma cantora sertaneja, obrigada . Eu me considero sertaneja, romântica, o que as pessoas quiserem porque eu não vou me rotular. Assim posso brincar com vários estilos dentro de um trabalho. Nesse trabalho tem uma pegada sertaneja forte, então para o mercado rotular, sim, é sertanejo.
Quando você tirou o Camargo do nome artístico foi para promover um reposicionamento de imagem. E agora você colocou o Camargo de novo…
Quero me reposicionar com o português, com a música brasileira, porque o Camargo tem essa linguagem. No pop eu precisava daquela linguagem mais simples e que conseguisse mostrar para as pessoas que, musicalmente, era algo diferente. São dois alter egos, tenho as duas , mas que não deixa de ser eu. É uma coisa legal porque posso brincar com esses dois lados.