Forças de segurança e aliados do ex-presidente temem episódios de violência, como os de 8 de janeiro, que culminaram em prisões, processos e investigações
Todas as forças de segurança do Distrito Federal estão de prontidão em função do retorno de Jair Bolsonaro (PL), que deve desembarcar em Brasília por volta das 7h30 desta quinta-feira (30). Eles querem garantir tanto a segurança do ex-presidente quanto a daqueles que porventura forem recepcioná-lo, sejam apoiadores ou opositores.
A maior preocupação da Secretaria de Segurança Pública do DF é evitar episódios como os de 8 de janeiro, quando bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes na tentativa de destituir Luiz Inácio Lula da Silva da Presidência da República para o retorno de Jair Bolsonaro ao poder por meio de uma intervenção militar.
A preocupação é tanta que a Polícia Militar e o Detran devem fechar a Esplanada dos Ministérios à meia-noite desta quarta-feira (9). Mesmo sem confirmação de motociata ou manifestação parecida, outras vias devem ser fechadas no trajeto de Bolsonaro à casa que irá ocupar em Brasília, em um condomínio fechado.
O avião comercial trazendo o ex-chefe do Poder Executivo deve pousar às 7h15 no Aeroporto de Brasília. Bolsonaro deixou Brasília e o Brasil em 30 de dezembro, um dia antes do término do mandato, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Desde então, ele mora em uma casa do ex-lutador de MMA José Aldo, na Flórida.
Bolsonaro quer desfilar em carro aberto do aeroporto até a casa onde vai morar na capital do país. No entanto, aliados mais próximos tentam convencê-lo do contrário, por questões de segurança e para evitar o que pode ser visto como uma provocação ao Judiciário, pois o ex-presidente é alvo de diversos processos.
Os aliados mais comedidos também tentam frear os colegas que convocam militantes para receber Bolsonaro no terminal aéreo. Eles temem episódios de violência, como os de 8 de janeiro, que culminaram em prisões, processos e investigações, inclusive contra parlamentares bolsonaristas.
O bolsonarista José Medeiros (PL-MT), por exemplo, queria organizar caravanas para a vinda de apoiadores do ex-presidente de diversas partes do país. Recuou após ser alertado das consequências do 8 de janeiro.
Por outro lado, está confirmada a recepção de Bolsonaro por um grupo formado pela ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pelos líderes do PL no Congresso e pelo secretário nacional de relações institucionais do partido, Walter Braga Netto.
Flávio Dino acionou a PF para chegada de Bolsonaro
Além da PM, da Polícia Civil e do Detran, a Polícia Federal vai montar um esquema especial de segurança para a chegada, garantiu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em audiência na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (28).
Na audiência, o chefe da segurança pública foi questionado pelo deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), aliado de Bolsonaro, sobre a possibilidade de novos atos de vandalismo na chegada de Bolsonaro e quais medidas de prevenção seriam tomadas. O parlamentar sugeriu que a PF cuidasse do aeroporto e das imediações.