Na última quarta-feira (14), 20 policiais militares foram presos em Taubaté, Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Registro, embora nem todos residissem em Taubaté, os 20 PMs detidos atuavam no município, e segundo a denúncia integravam um grupo que cobrava propina de traficantes para não fazerem apreensões e prisões em Taubaté. Dois deles também são suspeitos de um triplo homicídio, segundo a corregedoria da Polícia Militar.
De acordo com a corregedoria, a investigação começou em fevereiro de 2017, depois que três jovens da mesma família foram mortos em Taubaté. Na noite do crime, a família contou que as vítimas haviam sido levadas por policiais para uma diligência, voltaram para casa, e foram mortos a tiros menos de 24 horas depois.
Questionados, o comando da PM não deu detalhes do que motivou os policiais a executarem o trio, mas informou que o crime teria ocorrido dentro das atividades irregularidades desenvolvidas pelos 20 PMs presos. Todos atuavam em Taubaté – um deles foi transferido em 2017 para Registro. Ambos foram ouvidos e encaminhados para o presídio Romão Gomes onde devem cumprir a prisão preventiva.
Os nomes dos policiais detidos não foram divulgados pela PM, pois segundo a corregedoria a investigação segue em andamento.
De acordo com a corregedoria, os PMs integrariam uma organização que chantageava traficantes e criminosos em troca de propina. O esquema foi descoberto após interceptações telefônicas e a atuação de policiais infiltrados em diferentes pontos da cidade.
Além dos 20 PMs, outras quatro pessoas também foram presas na operação entre eles um traficantes com atuação em uma grande área de Taubaté. Ele se entregou à polícia depois que sua mãe foi levada detida após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão no bairro Alto do Cristo (foram encontradas drogas no local).
Foram apreendidos 11 simulacros de arma de fogo, 12 armas sem registro da corporação, 731 munições, 118 estojos de calibres diversos e 41 celulares.
Também foram localizadas máscaras, balanças de precisão, 650 gramas de maconha e porções de cocaína e crack – o montante não tinha sido contabilizado até o fechamento desta edição.
Segundo a corregedoria, os itens eram usados em ações da quadrilha e também para forjar flagrantes. Porções de droga foram encontradas nos armários utilizados por dois PMs dentro do batalhão em Taubaté. Ao todo, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão, sendo 36 em Taubaté, quatro em Pindamonhangaba, um em Guaratinguetá e um em Registro. Os locais não foram divulgados, mas segundo a corregedoria foram feitos em locais ligados aos policiais e aos traficantes.
“Foram abertos processos administrativos, vamos apurar essas escutas telefônicas, dar aos policiais chance de defesa e seguir com o processo. Caso sejam provadas as alegações, e cremos que será, a pena máxima para esse tipo de crime é a expulsão da corporação e a perda da patente do oficial. A PM reforça que não compactua com esse tipo de ação criminosa”, disse o corregedor geral da PM, coronel Marcelino Fernandes da Silva.
A PM ainda informou que não há prazo para que os policiais sejam substituídos ou que um reforço seja encaminhado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. Inicialmente será feito o remanejamento do efetivo e, gradativamente, o efetivo deve ser reposto. Os PMs detidos fazem parte de um grupo de elite da polícia militar de combate ao crime o pelotão é denominado de Força – Tática.
[07:12, 15/3/2018] Rauston: Complemento:
A ação foi batizada de operação Urupês, uma menção ao escritor Monteiro Lobato, foram utilizadas 80 viaturas e 304 homens empenhados
Fotos: Rauston Naves