Caroline Collor de Mello, mulher do senador Fernando Collor (PTC-AL), teria usado propina do esquema de corrupção da Petrobras para pagar sua viagem à Europa, que aconteceu em julho de 2013. A informação foi revelada por uma nova delação premiada de Leonardo Meirelles, ex-sócio do doleiro Alberto Youssef, e divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.
A mulher de Collor teria recebido US$ 20 mil em espécie. Registros migratórios obtidos pelos investigadores da Lava Jato confirmaram que ela viajou para a Europa em julho de 2013, “para onde levou o dinheiro”, segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Segundo a Procuradoria, Caroline “auxiliava diretamente o marido quanto à lavagem de dinheiro” e, entre 2010 e 2014, ela recebeu em suas contas R$ 453 mil em depósitos em dinheiro. Outra revelação mostra que a empresa de comunicação do senador repassou para Caroline, em 45 operações, R$ 622,5 mil, além de R$ 144,6 mil em empréstimos fictícios para justificar aquisição de bens de luxo, em especial veículos e imóveis.
Ainda de acordo com a Procuradoria, Meirelles também custeou despesas internacionais de Collor que somam € 81.230 (R$ 243,6 mil à época). As fontes dos repasses, segundo a Lava Jato, eram contratos de troca de bandeiras de postos de combustível celebrados entre a Petrobras e a DVBR Derivados do Brasil, além de contratos com a UTC.
O esquema vinculado ao senador envolvia além da mulher, assessores do Senado, colaboradores, empresas em atividade e outras suspeitas de serem de fechada. Janot pede que o STF determine a Collor ressarcimento aos cofres públicos de R$ 154,7 milhões.
Procurada pela reportagem da Folha, a assessoria de Collor informou que o “senador não conhece Leonardo Meirelles”. “Nem ele nem sua mulher jamais receberam do referido senhor quaisquer valores para gastos no Brasil ou no exterior”, afirma a assessoria.