Os eleitores venezuelanos vão às urnas no domingo para escolher os governadores de 23 estados — e a força que a oposição ou o governo ganharam ao longo dos últimos meses será colocado à prova.Atualmente, a legenda do presidente Nicolás Maduro, o Partido Socialista Unidos da Venezuela (PSUV), detém o comando de 20 estados no país, e os opositores vão tentar ampliar sua atuação no território
A vantagem é que Maduro anda com a popularidade baixa: em setembro, seus índices de aprovação eram de 23%, depois de terem batido mínimas de 17% em julho, de acordo com dados do instituto de pesquisa Datanálisis.
A mesma instituição também mostra que cerca de 45% da população votaria em candidatos de oposição, enquanto que apenas 21% votariam em chavistas.
Entre maio e agosto deste ano, protestos incessantes foram realizados contra o governo de Nicolás Maduro, que decidiu instituir uma Assembleia Constituinte para alterar as leis do país.
Mais de 120 pessoas morreram nas manifestações, que foram severamente reprimidas pelo exército e pela polícia, e a posse dos deputados constituintes foi considerada uma manobra antidemocrática por diversos países e organismos internacionais, já que foi vista como uma estratégia para ampliar os poderes do presidente.
A eleição ainda vem em meio a mais um escândalo contra o governo. Em delação premiada, o presidente da Odebrecht Venezuela, Euzenando Acevedo, declarou ter pago 35 milhões de dólares para a campanha eleitoral de Maduro. Mas a oposição também tem seus problemas.
Foram encontrados caixas com cédulas que somavam 61.000 dólares no carro da ativista Lilian Tintori, ao que ela alegou que não era crime ter dinheiro e que a poupança era destinada aos cuidados de saúde da sua avó.
Mas o maior empecilho está mesmo na confiabilidade do processo eleitoral. O referendo que ratificou a nova Assembleia Constituinte teve pelo menos 1 milhão de votos fraudados pelo governo, segundo a própria empresa contratada para a votação. Ninguém espera mais lisura no domingo.