A Universidade de Taubaté vai fechar 2016 com R$ 60 milhões em dívidas. O saldo negativo pode comprometer os trabalhos em 2017 e, por isso, a reitoria estuda adotar medidas para conter a queda na arrecadação. Entre as ações previstas estão o corte de comissionados, enxugamento de assessorias, desativação de prédios alugados e fechamento de alguns cursos.
Segundo a Unitau, a maior causa da queda de arrecadação é a inadimplência, que saltou de 10% em 2015 para 30% neste ano. O valor é um dos maiores dos últimos anos e, de acordo com a universidade, foi acentuado com a crise financeira.
A dívida ainda aumentou com a falta de repasse de R$ 14 milhões do governo federal, por meio do Financiamento Estudantil (Fies). Em entrevista ao, o reitor José Rui Camargo explica que é essencial a adoção de um plano para manter o equilíbrio financeiro da universidade.
“Esse foi um ano difícil, estamos nos planejando e observando as contas para tentar a recuperação em 2017. Como pública, a gente não visa lucro, mas a relação entre receita e despesa precisa ser equilibrada”, comentou.
Medidas
Uma das principais ações tomadas pela instituição é o remanejamento de espaço para reduzir os custos com aluguel. Segundo a Unitau, entre os prédios que deverão ser desativados está o da biblioteca na rua Visconde do Rio Branco e parte do prédio do departamento de Ciências Sociais e Letras. Os serviços seriam transferidos para outros locais, o que representaria economia mensal de R$ 20 mil.
Além disso, a universidade vai enxugar a folha de pagamento, que hoje é de R$ 79 milhões ao ano, segundo o portal da transparência. Para isso, vai cortar metade dos 19 cargos em comissão, além de extinguir as horas extras dos funcionários de carreira. A previsão é de que as seis pró-reitorias e as assessorias também sejam enxugadas.
“Apesar dos cortes, não vamos deixar que isso impacte o ensino e a qualidade do que é oferecido. Contratamos uma plataforma à distância para algumas disciplinas e estamos adaptando os cursos”, explicou José Rui. A plataforma vai atender disciplinas eletivas, dependências e alunos com transferência.
Camargo informou também que vai rever contratos, para manter apenas o que for necessário para o funcionamento. A renovação do estoque vai ser mínima para o próximo ano, com a manutenção de insumos de uso emergencial.
Sobre os cursos, a instituição informou que vai encerrar os que não tiverem número mínimo de alunos, mas não informou quais seriam as graduações. O reitor informou que avalia caso a caso.