O presidente americano Donald Trump chega hoje a Houston, no Texas, para lidar com o primeiro grande desastre ambiental de seu governo: as enchentes causadas pela tempestade Harvey. Trump afirmou no domingo que iria a Houston para ver a situação e se fazer presente no momento do desastre.
Ontem, a chuva continuou a castigar os habitantes da cidade. Com a enchente, é esperado que 450.000 pessoas procurem ajuda federal para se recuperar da tempestade. A contagem de mortos já chega a 10 pessoas e a chuva deve continuar até quinta-feira, pelo menos, com estimados 508 milímetros de água por vir.
Trump admitiu que os esforços para a recuperação da tempestade serão muito caros e que irá conversar com o Congresso e pedir auxílio financeiro às vítimas. Algumas estimativas apontam que, embora tenha causado menos prejuízos humanos, o Harvey será mais custoso economicamente que o Katrina, um furacão que deixou 150 bilhões de dólares em perdas e matou 1.800 pessoas em Nova Orleans. Até aqui, os cálculos apontam para perdas de 30 bilhões de dólares na cidade e nas refinarias e plataformas de petróleo, mas o número deve subir exponencialmente.
A tempestade deve medir sua liderança em um momento de tensão. O Harvey é a primeira grande crise que não é resultado de seu governo e o presidente está desde sexta-feira ativo no Twitter, compartilhando fotos, dando declarações e cobrando providências do governo do Texas. Durante o final de semana, o presidente fez duas teleconferências com membros do gabinete e assinou uma proclamação federal de desastre.
Mas a tormenta ainda não acabou. Em 2005, quando o Katrina atingiu Nova Orleans, o ex-presidente George W. Bush afirmou ao então diretor da Agência Federal para Administração de Emergência (FEMA) que ele “está fazendo um grande trabalho”, em meio aos destroços do furacão. A declaração se tornou uma espécie de slogan e agravou ainda mais a crise política causada pelo desastre do Katrina. É tudo que Trump quer, e precisa, evitar.