A cidade de São Luiz do Paraitinga proibiu o transporte de eucalipto no distrito de Catuçaba. Os caminhões passavam pela rua principal do distrito e, segundo os moradores do local, causava sujeira e buracos na estrada.
A iniciativa partiu da Câmara, que editou a lei limitando o tráfego dos veículos que fazem este tipo de transporte, que era feito desde o começo deste ano. O material era levado de uma fazenda em Catuçaba até a fábrica da empresa Fibria, em Jacareí. Segundo os moradores, os caminhões com o carregamento passavam pela única rua do distrito de São Luiz do Paraitinga. “O caminhão passava, nem dava para enxergar, de tanta poeira que levantava”, diz o morador Lidio Pereira Gomes.
A lei entrou em vigor há uma semana e a fiscalização será responsabilidade da Prefeitura e da Polícia Militar. O texto proíbe que caminhões com mais de dois eixos, com peso superior a seis toneladas, transportem eucalipto pela estrada de Catuçaba.
“Isso vio depois de uma presença de moradores na Câmara, a comunidade se pronunciou contra, mostramos os danos ao patrimônio particular e ao público, que são as pontes, estrada e calçadas”, diz Marcelo Toledo, vereador de São Luiz.
Em 2009, a Defensoria Pública de Taubaté entrou com uma ação pedindo a proibição desses caminhões no distrito, mas a Justiça deu parecer favorável à empresa no fim do ano passado. “Dentro da nossa ação também estamos pleiteando que a Fibria seja condenada a pagar danos morais coletivos ao meio ambiente que ela está causando”, diz o defensor público Wagner Giron.
Os caminhões também causaram danos na estrada que liga Catuçaba à Rodovia Oswaldo Cruz. Segundo o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), responsável pela manutenção, foram gastos R$ 500 mil com os reparos nos últimos quatro meses.
Outro lado
A empresa Fibria disse que respeita as leis ambientais e que vai recorrer à Justiça para continuar transportando eucalipto. “A Fibria tem como princípio básico nas suas operações o respeito às exigências legais de qualquer nível ambiental, municipal, estadual, federal. Então a Fibria interrompeu todas as operações ali”, diz Mário Gracci, gerente florestal da empresa.