Dois vigilantes ficaram feridos durante um assalto na sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova, região central da cidade, na manhã desta quarta-feira. Cinco bandidos armados renderam os ocupantes de um carro-forte. Houve troca de tiros, na qual os seguranças acabaram sendo atingidos. Segundo o comandante do 4º BPM (São Cristóvão), coronel Mauro Fliess, foram levados dois malotes com R$ 550 em moedas.
— Foi uma ação ousada. Certamente foi necessário um estudo para saber a que horas o carro-forte estaria ali e como fariam para abordar o veículo. Eles se prepararam e usaram armamento de guerra para atacar — disse o oficial.
Mário Leão, de 49 anos, trabalha há 20 anos num departamento da prefeitura. Segundo ele, o carro-forte foi abordado quando chegava para abastecer os quatro postos de atendimento bancários e os 11 caixas eletrônicos que ficam na sede do governo municipal:
— Escutamos os tiros aqui do terceiro andar. O carro forte ia entrando pelo estacionamento para abastecer os bancos aqui de dentro e os caixas eletrônicos. Quando eles estavam para entrar, bandidos que estavam a pé fizeram a abordagem, segundo o que as pessoas que viram falaram aqui. Parece que havia um carro na cobertura. Eu desci depois de escutar os tiros. Foram muitos disparos.
De acordo com ele, houve troca de tiros entre os seguranças e os criminosos.
— Os dois seguranças ficaram feridos. Um deles gemia de dor. Ficaram marcas nas paredes daqui. Foi uma correria. Foi bem próximo de onde as pessoas aguardavam para fazer perícia médica. O que separava eles do que aconteceu era um vidro. Todo mundo correu — disse Mário.
Uma funcionária da Prefeitura estava no local no momento da troca de tiros, afirmou que ouviu um forte estrondo.
— Depois foram muitos tiros. Minha funcionária passou pelo local na hora em que tudo aconteceu. Foi muito tenso. Os guardas pediram para ninguém usar as escadas e trancaram o prédio. As pessoas se jogaram no chão. Quem conseguiu subir, subiu. Quem não conseguiu, se escondeu atrás de pilastras e se jogou no chão — contou.
A Polícia Militar informou, em nota, que o 4º BPM foi acionado para a tentativa de asslto na sede da prefeitura. O veículo usado pelos bandidos assim como dois carregadores de fuzil.
“De acordo com o comando do 4°BPM (São Cristóvão), o batalhão foi acionado, na manhã desta quarta-feira (7/6), em razão de tentativa de roubo a carro-forte na Prefeitura. No local, os policiais constataram que criminosos atiraram contra os vigilantes e houve confronto entre eles. Dois vigias foram baleados e estão sendo socorridos. Os criminosos conseguiram fugir. Equipes do 4°BPM realizam buscas na região para prender os criminosos e já conseguiram localizar o veículo utilizado por eles. Ainda no local do roubo, os policiais apreenderam dois carregadores de fuzil AK 47”.
Já a Prefeitura confirmou que o carro forte abasteceria os caixas eletrônicos:
“A Prefeitura do Rio esclarece que cinco homens armados renderam dois vigilantes que estavam num carro forte para abastecer os caixas eletrônicos do prédio anexo do Centro Administrativo São Sebastião. Os seguranças da empresa reagiram, um foi baleado no braço e outro na perna e encaminhados para o hospital Municipal Souza Aguiar. A Guarda Municipal acionou as Polícias Militar e Civil que já estão no local”.
A Brink’s, empresa para qual os vigilantes trabalham, informou que “está empenhada em apurar o ocorrido e colaborando com as autoridades no andamento das investigações. A empresa esclarece, ainda, que os colaboradores estão recebendo toda a assistência necessária por parte da companhia”.
‘Armas de guerra’, diz secretário muncipal de Ordem Pública
O secretário municipal de Ordem Pública, coronel PM Paulo Cesar Amendola, disse que os bandidos usaram “armas de guerra”. Ele acha que os criminosos possam ter estudado a movimentação de carros-forte na prefeitura, uma vez que o abastecimento dos caixas e dos bancos acontece nos mesmos dias e nos mesmos horários.
— A bandidagem sabia. Ou alguma informação dada ou fizeram um levantamento prévio. E chegando com alto poder de fogo, não teria como os vigilantes os enfrentarem com o armamento que têm: revólver e espingarda 12. Eles (os bandidos) estão com fuzis de guerra. Como aqueles que foram apreendidos no Galeão há pouco tempo — disse.
Ainda de acordo com Amendola, havia duas equipes de criminosos:
— Eram duas equipes. Foi uma ação planejada. Sabiam que esse carro ia encostar nesse horário, que a Guarda é desarmada e que sua ação teria sucesso.