A maioria dos moradores de Taubaté irá usar o 13º salário para pagar dívidas. É o que diz uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (7) pela Associação Comercial e Industrial de Taubaté (ACIT) em parceria com o Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais (Nupes).
Segundo o levantamento 60% dos entrevistados responderam que a renda será destinada ao pagamento de dívidas. Nas classes D e E essa opção obteve 100% de prioridade. Os estudiosos acreditam que os consumidores estão mais conscientes e que este resultado está relacionado ao alto índice do endividamento das famílias no atual momento político e econômico do país.
“Quando se está em momentos de crise, as pessoas colocam o pé no freio e ficam com medo de fazer outras coisas. É uma situação que afeta todas as classes, claro que quem ganha menos tem menos recursos para gastar com outras coisas e vemos também uma preocupação maior com o pagamento de dívidas”, analisa Laureano Rosa, coordenador do Nupes, da Universidade de Taubaté.
A dica do economista é aproveitar os mutirões e condições especiais oferecidas pelas empresas nessa época do ano. “As empresas estão tirando até 100% dos juros para quem quiser acertas suas contas. Pois essa não é uma boa situação para a empresa, porque ela perde potenciais compradores. A dívida não interessa a ninguém”, salienta.
Segundo a ACIT, entre os meses de outubro e novembro houve um aumento de mais de 100% no número de pessoas procurando limpar o nome, querendo sair da lista do Serviço de Proteção ao Crédito (SCPC).
A pesquisa aponta ainda que esse cenário também fez crescer o percentual de pessoas que pretendem poupar esse dinheiro, como proteção contra eventualidades também advindas do cenário atual.
Mas o economista ressalta que ninguém precisa deixar de comprar, pois o comércio estimula a economia. “Cautela não faz mal a ninguém. O risco de desemprego é grande, mas consumir é importante. Ninguém precisa fazer dívida para comprar presente, pode ser uma coisa simples, de acordo com suas possibilidades”, diz.
A pesquisa foi realizada em 184 residências na zona urbana e rural de Taubaté no mês de novembro e os resultados apresentam uma margem de erro de 0,04 pontos percentuais para mais ou para menos e um intervalo de confiança de 95%
Outros gastos
Para quem está planejando dar presentes neste Natal, o segmento de vestuário aparece como item principal, seguido por brinquedos, e com investimento prioritário entre R$ 10,00 e R$ 50,00, uma mudança no quadro de produtos em relação à 2014, quando os brinquedos ocupavam o primeiro lugar no ranking.
“Quando a situação está apertada opta-se por algo útil também. Mas os presentes devem ser sempre pagos a vista. E vale fazer-se três questionamentos: Preciso disso? Tenho dinheiro? Tenho que comprar agora?”, aconselha o economista.