Uma ilha repleta de belezas naturais, com água cristalina e mata nativa. Com todos esses atrativos, a Ilha das Couves, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, despertou o interesse dos turistas, que têm ‘superlotado’ o local. O risco de degradação ambiental chegou até o Ministério Público Federal (MPF), que tenta mediar uma solução, que poderá resultar na limitação do número de visitantes. A prefeitura reconhece o problema e faz um estudo sobre o turismo na área
O acesso à ilha é feito por meio de barcos e a travessia é oferecida de diversas praias a partir de R$ 10 por pessoa. A estimativa da prefeitura é de que mais de dois mil turistas passaram pelo local na primeira semana de 2018.
Segundo o MPF, a preocupação é que a visitação desordenada possa prejudicar a preservação do ecossistema e as futuras gerações de comunidades caiçaras que vivem na região.
“O MPF se preocupa com duas questões nesse caso. A primeira é a deterioração da ilha e o impacto que pode causar na comunidade que vive lá. Além disso, muitos barqueiros começaram a fazer o transporte irregular por conta da quantidade de turistas”, afirmou a procuradora Maria Tereza Capucci.
O trabalho de levantar informações técnicas e buscar regulamentações sobre a ilha está sendo cobrado pela procuradoria, mas envolve diversos órgãos ambientais, prefeitura e Marinha. A previsão é que esse estudo fique pronto até agosto, para que haja um plano de fiscalização, monitoramento e contagem de turistas que possam acessar a ilha.
“Nós já fizemos algumas reuniões com os barqueiros e agora 23 receberam habilitação para fazer esse transporte e a Marinha já nos informou que está fiscalizando. O turista precisa ver se a embarcação é regular até para a própria segurança”, explicou Maria.
Prefeitura
O secretário de Turismo, Luiz Bischof, informou que a pedido do MPF está fazendo um estudo para contabilizar quantas pessoas podem entrar na ilha e reconhece que o alto fluxo de turistas está degradando o local.
“As pessoas começaram a fazer uma invasão e com isso gera lixo, fezes, sujeira. Isso tudo mexe com a vida marinha. É uma mata virgem, não tem estrutura para receber tudo isso de gente”, afirmou.
Enquanto o estudo não fica pronto, a prefeitura está adotando pequenas medidas para preservar a natureza. “Por enquanto, colocamos duas pessoas lá para contabilizar o número exato de turistas. Com o estudo, vamos poder verificar maneiras para fiscalizar e reduzir o número de público”, completou.