Um sítio em Suzano foi o local escolhido por um vetenirário para trabalhar com o melhoramento genétivo de coelhos. Roberto Giannichi conta que a proposta criada por ele é de um novo cruzamento destes animais. “As raças puras foram introduzidas por volta dos anos 70 e chegaram ao Brasil nos anos 80. Durante algum tempo alguns cruzamentos foram perdidos e o que eu faço aqui é restaurar algumas raças e propor um novo cruzamento, não desenvolver uma nova raça, isso não, mas é desenvolver um animal que seja híbrido em uma condição de cruzamentos entre raças”.
Um dos seguimentos dentro da conicultura que a granja atende é o de peles. São dez raças e a Borboleta é uma das mais pedidas. Entre os pets, o Rex Dálmata é o mais procurado por clientes em busca de potenciais matrizes e reprodutores.“Eu tento melhorar a questão da pelagem para que o animal não solte tanto pêlo em casa, como também ser um animal mais dócil. A característica do animal ser dócil ou não vem do cruzamento também”, explica o veterinário.
Quando um cliente faz contato com o Roberto pedindo um reprodutor ou a matriz de uma raça boa para corte, ele faz algumas perguntas, como a localização do sítio e o tipo de instalação em que o animal vai ficar. Segundo ele, a intenção é fazer cruzamentos que resultem em um filhote adaptado para viver de acordo com o clima do lugar. /em lugares quentes, eles explica que o filhote tem que ter pelagem curta, como a do coelho Califórnia. Se for viver em clima frio os pêlos tem que ser longo, como do Bostecati. “É um animal que pode atingir 6,5 kg. Ele não tem aquele crescimento precoce. A tendência é que o animal cresça próximo dos seis meses”, conta o veterinário.
Ainda nas raças para corte, pai e mãe são escolhidos na granja para que as famílias gerem crias que não só tenham boa qualidade de carne, bom porte, mas que também cresçam rápido. Tudo para agradar o bolso do futuro comprador. Isso porque quanto menor for o tempo do desenvolvimento dos filhotes, menor os custos para o criador.
O sítio trabalha com raças tradicionais, como a Nova Zelândia Branca e a Negro Fogo, além dos híbridos que são melhorados geneticamente junto com os puros. Entre as raças da categoria a partir de três meses, em média, o animal está pronto para o corte.
Os pais, além de uma alimentação balanceada a base de ração e folha de bananeira têm na granja uma criação que busca o conforto. Um exemplo é dar a possibilidade das fêmeas fazerem os próprios ninhos. Depois que nascem, os filhotes ficam um mês com a mãe, que antes teve uma gestação de 30 dias. As crias são levadas para uma sala onde são testadas antes das vendas.
“Primeiro tem obedecer uma condição fenotípica daquilo que é esperado desse animal, que pode ser desde uma condição de pele até um tamanho de orelha e um tamanho de porte. A segunda observação que a gente faz seria completar alguns índices ou técnicos, tipo como esse animal vai ser produtivo ou não”, observa o veterinário.
O preço das matrizes de reprodutores pode variar de R$ 120 a R$ 650. Valores pagos por clientes que pedem de todo país, de Manaus ao interior de São Paulo, depois de enfrentarem uma lista de espera de cerca de seis meses. Em comum, o Roberto diz que todos buscam por uma previsão de conhecimento genético, ambiente e manejo, ainda pouco encontrada nos fornecedores do setor.
“Uma proposta nossa é fazer alguns cruzamentos e apresentar um produto que o produtor possa ter maior produção e incentivar a produção de coelhos”, conclui o veterinário. O criador que compra um reprodutor vai ter filhotes de muita boa linhagem durante cinco anos, em média. Já um animal de estimação vive geralmente sete anos.