O Sindicato dos Metalúrgicos acusa a General Motors de não cumprir um acordo que prevê um investimento de R$ 2,5 bilhões na unidade de São José dos Campos (SP). O compromisso, firmado em 2013, durante as negociações que culminaram no fechamento de uma das fábricas do complexo e 598 demissões, previa a implantação de uma nova linha de veículos até 2017 e a abertura de 2,5 mil postos de trabalho. A montadora descarta o investimento.
O sindicato defende que cumpriu o que era previsto no acordo – cujo principal ponto era a redução do piso salarial dos operários – , mas a GM informou que mesmo com redução nos salários dos funcionários, o investimento não é financeiramente viável. O sindicato aponta que sempre se manteve aberto às negociações.
O texto do documento assinado pela GM e pelo sindicato, em 2013, sinalizava que o acordo tinha por objetivo a fixação de condições necessárias para a implantação e produção de um novo projeto automotivo com investimento da ordem de R$ 2,5 bilhões, com início de fabricação previsto para 2017″.
Entre as exigências estavam, além da fixação do novo piso na unidade para a produção do novo carro, a regulamentação do trabalho aos domingos. Os funcionários que foram contratados a partir deste acordo já foram admitidos com o novo valor.
“Fizemos diversos acordos com a empresa, cumprimos todas as exigências, não tem nenhum empecilho, nada que impeça o investimento na cidade. Queremos nesse momento que se concretize o acordo e vamos pedir ajuda das autoridades para isso”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida. O sindicato diz que sempre se manteve aberto às negociações.
Já o advogado do sindicato, Aristeu Pinto Neto, disse que não descarta entrar na Justiça contra a montadora por causa do descumprimento do acordo. “O acordo coletivo firmado com a GM tem força de lei”, disse. Segundo ele, o Ministério Público do Trabalho deve ser acionado.