Um dos detentos que morreram na rebelião do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) segue sem identificação no Instituto Médico Legal (IML) de Manaus. Ele é o único dos 56 mortos que ainda não foi identificado. No dia 1º de janeiro a unidade registrou motim, que durou mais de 17h e resultou no maior massacre do sistema prisional do Amazonas
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), nenhum familiar do preso foi ao órgão para fazer o reconhecimento da vítima.
Em nota, o órgão informou que, sem a procura dos parentes, não foi possível realizar exame de DNA para esclarecer a identidade do homem.
A SSP-AM afirmou ainda que todos os exames em relação ao interno foram coletados, para que sejam usados em caso de busca por familiares. Caso não haja procura nas próximas semanas, o homem será enterrado como indigente em um cemitério da capital.
Rebeliões
Desde o dia 1º de janeiro, o sistema prisional do estado registrou fuga de 225, rebeliões e um massacre que resultou de 64 mortes de detentos em três unidades prisionais do Amazonas.
A matança no Complexo Prisional Anísio Jobim (Compaj), em 1º de janeiro, seria uma retaliação ao fato de líderes da facção não terem retornado dos presídios federais no final de 2016, conforme os presos haviam pedido desde outubro.
O plano de integrantes da facção foi descoberto pelo setor de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-AM) e obtido com exclusividade pela GloboNews.
A rebelião que aconteceu no Compaj durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário estadual de Segurança Pública, Sérgio Fontes, como “o maior massacre do sistema prisional” do Amazonas.
Na tarde de segunda (2), quatro presos morreram na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus. No domingo (8), outros quatro presos foram mortos em uma rebelião na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus, reativada para receber presos transferidos do Compaj após o massacre.
Ainda no dia 8, três corpos em avançado estado de decomposição foram encontrados no ramal de acesso ao Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), situado na BR-174, em Manaus.