“Depois de Spa-Francorchamps, não temos que temer a Mercedes em nenhum dos circuitos restantes”. Palavras de um Sebastian Vettel que esperava ser dominado pelo adversário Lewis Hamilton na Bélgica, e deu trabalho ao britânico até a bandeirada.
Pelas características da pista – longas retas e velocidades devem superar os 370 km/h – Monza, palco da 13ª etapa do Mundial de F-1, domingo, também deveria favorecer as Flechas de Prata, pouco superiores às Ferraris, especialmente em condições de treino.
Mas o alemão, contrato renovado até 2020, acredita que pode mais uma vez surpreender o rival pelo título, seja com uma boa largada, seja com a estratégia dos pneus, retardando o pitstop (que deve ser único) e apostando em várias voltas rápidas para ficar com a liderança.
E é bem verdade que o público não garante cavalos a mais, mas certamente o alemão, hoje sete pontos à frente de Hamilton na classificação, saberá tirar estímulo extra da onda vermelha que já invade Monza.
Depois de um ano abaixo da expectativa, sem vitórias e de desempenho apenas discreto, a perspectiva de comemorar novamente um título mundial fez com que os tifosi esgotassem os ingressos e garantissem um incentivo capaz de emocionar Vettel que, nesta mesma pista, venceu seu primeiro GP em 2008, com a então modestíssima Toro Rosso.
“Tentaremos converter toda a paixão e o amor dos tifosi pela Ferrari em um estímulo. Já venci aqui em outras equipes, mas fico imaginando como deve ser festejar diante deste mar vermelho”, comentou o tetracampeão, que ontem foi à pista em uma Vespa com as cores da bandeira alemã.
Hamilton, por sua vez, se diz orgulhoso pelas manifestações de carinho recebidas da torcida ferrarista e não acredita em correr “no campo inimigo”. “Tanta gente faz questão de me cumprimentar e pergunta: ‘quando é que você correrá pela Ferrari?’ Eu agradeço, mas agora estou na Mercedes. É uma das pistas de que mais gosto e em que costumo ir bem, tomara que continue assim”.
Rivalidade
Depois do acidente em Spa-Francorchamps que arruinou a corrida de ambos, Sergio Pérez e Esteban Ocon, da Force India, tiveram uma reunião para esclarecer o incidente e garantem que ele está superado. Não sem motivo, acabaram sendo escalados pela FIA para a entrevista coletiva de ontem e foram separados na mesa por um Sebastian Vettel em estilo “mediador”.
Nos bastidores, a grande movimentação envolve o futuro de Fernando Alonso, que prometeu confirmar seu destino em poucas semanas, mas exige o fim da parceria entre Honda e McLaren para seguir no time britânico.