Terminou sem acordo a reunião desta terça-feira (4) entre o Sindicato dos Metalúrgicos e a General Motors de São José dos Campos.
Em nota publicada nos quadros internos da montadora, a empresa lamenta a recusa da proposta feita à categoria para o layoff (suspensão de contratos) de 1.600 trabalhadores considerados excedentes.
“Infelizmente, o sindicato se mostra inflexível recusando negociar o layoff e preservar os empregos. Infelizmente, com o sindicato não concordando, restam poucas alternativas que podem causar impactos desnecessários”, diz a nota.
Segundo o secretário-geral do sindicato, Renato Almeida, o layoff vem sendo negociado há mais de um mês com a empresa e a categoria continua aberta à negociação. No entanto, segundo ele, não é possível firmar um acordo nos termos apresentados pela empresa.
“Nós estamos abertos à negociação, mas consideramos essencial que a empresa dê garantia de estabilidade aos trabalhadores para que possamos fechar um acordo. No entanto, a empresa permanece inflexível e, por isso, a reunião terminou em impasse”, disse.
O sindicato contesta a versão da montadora de que existam 1.600 trabalhadores excedentes na fábrica.
“A produção continua bastante acelerada em toda a fábrica. Além disso, o último balanço de vendas mostrou um crescimento de 5%, o que mostra um reflexo positivo, de retomada do mercado, após meses consecutivos em queda. Na nossa avaliação, isso mostra um cenário positivo em que a empresa pode dar estabilidade de emprego”, disse Renato.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, a empresa acabou de anunciar lucro de US$ 10 bilhões e é líder em vendas.
Segundo Almeida, os sindicalistas estão dentro da fábrica nesta quarta-feira (5), conversando com os trabalhadores e esclarecendo sobre a última rodada de negociações com a montadora. O sindicato planeja fazer assembleias nos próximos dias para levar a proposta à aprovação dos trabalhadores.
A GM foi procurada pela reportagem, mas informou que não vai comentar o assunto.