A precariedade da Polícia Civil paulista não é exclusividade da Capital, a RMVale e de modo especial os municípios pequenos sofrem com a falta de efetivo e prédios sucateados.
A cidade de Tremembé tem cerca de 40 mil habitantes e mais 6 mil somada toda população carcerária. O único Distrito Policial conta apenas com 11 funcionários, três deles a um passo da aposentadoria.
A rotina do plantão é de 24 horas diária e com o baixo efetivo falta mão de obra para “girar” o sistema. Um cartaz fixado na porta da delegacia alerta “caso o portão esteja fechado fazer contato telefônico, EXCETO NO HORÁRIO DE ALMOÇO E JANTAR”. O recado foi retirado após a reportagem solicitar um posicionamento da SSP Secretaria de Segurança Pública do estado.
O jornalismo Metropolitana apurou que não somente o atendimento ao público e Confeção de ocorrências são prejudicados com a falta de servidores, mas também as investigações, faltam viaturas descaraterizadas, e o DP tem apenas quatro investigadores, responsáveis por auxiliar no atendimento de balcão, entregar intimação, acompanhar presos e investigar furtos, roubos, homicídios e delitos. Em 2018, menos de 50% dos casos de homicídio na cidade foram esclarecidos.
Questionada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a denúncia sobre o horário de funcionamento do Distrito Policial “será apurada pela Delegacia Seccional de Taubaté”. Sobre a falta de viaturas, o órgão respondeu que “a região do Vale do Paraíba recebeu 223 viaturas da Policia Civil desde 2011, totalizando um valor de mais de 14,2 milhões de investimentos”.
“O sistema foi feito para não funcionar”, é frustrante você ter um problema e saber que é quase impossível de resolvê-lo”, disse um funcionário da Delegacia que por medo de represálias pediu para não ser identificado.
“Você questiona um vez as condições de trabalho, na segunda ou terceira reclamação, corre o risco de ser transferido”, concluiu.