Após a derrota para o Flamengo, que colocou o time na zona do rebaixamento do Campeonato Brasileiro, os jogadores do São Paulo fizeram coro para a necessidade de trabalhar mais como principal medida contra a crise. O discurso foi reforçado pelo técnico Rogério Ceni. Neste quadro, a semana que se inicia pode ser determinante. O Tricolor tem, até o próximo domingo quando enfrenta o Santos, o último período mais largo de treinamentos para sair da zona da degola.
A famosa “semana cheia”, tão pedida pelos treinadores num calendário ingrato, só se repetirá na virada de turno após sete jogos. Ceni voltará a ter esse período após o duelo contra o Bahia, marcado para 6 de agosto no Pituaçu. Dali, serão sete dias até a partida contra o Cruzeiro, primeira rodada do returno, no Morumbi. Até lá, após encarar o Santos, viverá a rotina do jogo “quarta e domingo, quarta e domingo”. – Ganhando jogos, não tem outra maneira. Trabalhando todos os dias. Tentando fazer com que a equipe se torne cada vez mais forte, tentando mentalmente trabalhar a cabeça dos jogadores. Claro que não é bom estar na zona ou mesmo próximo dela como estávamos. Temos 28 rodadas pela frente e temos de buscar sair dessa situação incômoda – afirmou Ceni, sobre como tirar o time da situação que se encontra.
Desde o início do Brasileirão, o São Paulo teve três semanas cheias e os resultados não foram tão animadores. A primeira surtiu efeito. Após encarar o Cruzeiro na estreia e perder por 1 a 0, o time jogou oito dias depois e bateu o Avaí por 2 a 0 no Morumbi. Seguiu com vitória sobre o Palmeiras também por 2 a 0 e teve semana cheia para encarar a Ponte Preta em Campinas. A sorte não se repetiu: derrota por 1 a 0.
A reabilitação veio na rodada seguinte contra o Vitória, quatro dias depois. No entanto, a partir dali o time iniciou a série atual de seis jogos sem vencer e só voltou a ter período mais extenso de treino na semana passada após empatar em 1 a 1 com o Fluminense no Morumbi. Com problemas e anúncio de saídas de jogadores, Ceni não conseguiu melhorar o desempenho do time, que foi batido pelo Flamengo por 2 a 0 na Ilha do Urubu no último domingo.
Agora, o adversário é o Santos, que faz nesta quarta-feira, em Curitiba, o primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores contra o Atlético-PR. O técncio Levir Culpi poupou o time no último sábado no empate por 1 a 1 com o Atlético-GO. Não dá para saber se fará o mesmo no clássico, mas terá o desgaste do jogo na semana.
Se serve de motivação, o Tricolor tem a lembrança da vitória contra o rival no Campeonato Paulista. O 3 a 1 na Vila Belmiro simbolizou o melhor momento do time na temporada. Porém, vale lembrar que Luiz Araújo, principal destaque daquele embate com dois gols, nem está mais no elenco. Foi vendido ao Lille (FRA), representação dos problemas do São Paulo atual.