A atuação do São Paulo no segundo tempo da derrota por 2 a 0 para o Talleres, em Córdoba, na Argentina, não combina com a história do time na Copa Libertadores. E para evitar aquilo que seria o maior vexame do tricampeão na competição é preciso mudar radicalmente a postura.
Até mesmo no primeiro tempo, quando teve algumas poucas chances de gol, com Hudson, Nenê e Bruno Alves, o São Paulo esteve longe de empolgar. Isso porque, em nenhum momento, o Tricolor fez aquilo que ainda está apenas no plano das ideias de Jardine: propor o jogo com velocidade.
O cenário é o pior possível. A pressão, evidentemente, começou quando o São Paulo não conseguiu terminar o Brasileirão com vaga direta na fase de grupos da Libertadores. Mas a atuação diante do Talleres aumentou consideravelmente a cobrança em cima de diretoria, comissão técnica e elenco.
André Jardine sabe que seu futuro depende de uma reviravolta na próxima quarta-feira, quando o Tricolor precisa vencer por três gols para avançar a outro mata-mata (contra o vencedor do duelo entre Independiente Medellín, da Colômbia, e Palestino, do Chile).
Raí, que assumiu a responsabilidade pelo mau momento do time, também está sob pressão. Assim como os principais líderes do elenco, como Hernanes, que acredita, de maneira até protocolar, em um jogo de superação na próxima quarta-feira, no Morumbi.Como provavelmente escalará um time reserva contra a Ponte Preta, sábado, em Campinas, pelo Campeonato Paulista, André Jardine precisa usar os próximos treinos para, enfim, fazer a equipe replicar em campo as ideias que estão em sua cabeça.
A necessidade de um time mais veloz passa, necessariamente, por mudanças na contenção. Ficou claro contra o Talleres o quanto Jucilei não se encaixa no que Jardine diz pensar sobre futebol. Lento, o volante vacilou na marcação nos dois gols do time argentino.
A situação, porém, não é das melhores. Hudson foi expulso e será desfalque. Liziero, que seria uma ótima opção para dar mais qualidade, está em recuperação de um entorse no tornozelo direito.
Outro ponto importante a evoluir, muito treinado na pré-temporada realizada nos Estados Unidos, são as jogadas pelas pontas. O São Paulo tem tido pouca mobilidade por lá. Os jogadores atuam muito distantes um dos outros e isso tem atrapalhado.