O São Paulo foi à Argentina buscando um empate, mas não conseguiu. Na noite desta quarta-feira a equipe treinada pelo técnico Muricy Ramalho se apresentou de forma consistente, mas viu o San Lorenzo marcar na segunda etapa após o zagueiro Rafael Toloi levar um chapéu perto da grande área. 1 a 0 para os argentinos, que agora empatam em seis pontos no Grupo 2, porém ainda na 3ª posição pelo desempate no saldo de gols.
Agora o São Paulo disputará com o San Lorenzo a segunda posição do grupo. O time de Muricy Ramalho enfrenta o Danúbio, no Uruguai, na próxima rodada, e recebe o Corinthians, no Morumbi, no último duelo – confronto que perdeu pelo Paulistão. O San Lorenzo joga contra o Corinthians no Itaquerão, e depois recebe em casa o Danúbio. O São Paulo ainda só depende de si, porque está à frente dos argentinos no saldo de gols, mas não poderá vacilar.
A derrota faz o time reviver os momentos de crise uma semana depois da pesada derrota para o rival Palmeiras que fez o técnico Muricy Ramalho se reunir com a diretoria e ser demovido da ideia de entregar o cargo. Antes da partida, a principal torcida organizada são-paulina fez um protesto com ameaças na porta do CT da Barra Funda, algo que deve se repetir no retorno da delegação para o Brasil.
O jogo
O São Paulo demorou para se tornar consistente no jogo. Na etapa inicial, defesa, meio de campo e ataque pareciam se movimentar em três diferentes partes, e não como um time. Neste início desorganizado, o San Lorenzo aproveitou, dominou os espaços e aplicou certa pressão – porém sem perigo.
Passado o início de jogo, o São Paulo se tornou uma equipe com bom futebol. Com sistema tático rígido, segurou o San Lorenzo que tentava atacar. Para um time que jogava pelo empate, o São Paulo se apresentou muito bem.
Destoou do time a apresentação de Paulo Henrique Ganso no primeiro tempo. O meia são-paulino demorou a se apresentar para as jogadas e participou pouco do jogo quando não teve a bola no pé. Na jogadas de ataque, dava o passe e não acompanhava. Nas de defesa, quando não conseguiu desarmar, também não voltou para acompanhar.
O São Paulo sofreu uma baixa ainda no primeiro tempo quando Alan Kardec pisou de mau jeito após uma dividida e sentiu dores no joelho direito. Ele ainda tentou voltar ao jogo, mas não conseguiu. Foi substituído pelo argentino Ricardo Centurión, que mais tarde viria a protagonizar os melhores lances são-paulinos. Poucos minutos depois, o goleiro Rogério Ceni também assustou e teve de ser atendido pelos médicos após sentir dores no quadril, mas permaneceu em campo.
O San Lorenzo atacou quase sempre com o lateral direito Buffarini começando as jogadas. Em quase todas ele foi efetivo. Não teve combate de Ganso, que atuou pela esquerda, e passou com certa facilidade por Reinaldo.
Mais tarde, Centurión criou excelentes jogadas pelo São Paulo e quase chegou a abrir o placar. Foi o San Lorenzo, porém, quem aproveitou um raro vacilo do time de Muricy. Após receber na entrada da área, em bola aérea desviada, o atacante Cauteruccio, do San Lorenzo, esperou Rafael Toloi apertar a marcação, aplicou um chapéu, invadiu a área de Rogério Ceni e chutou forte, para o fundo do gol do veterano.
O jogo se abriu nos minutos finais, com o São Paulo no ataque para tentar marcar e voltar ao Brasil com um empate. Quando não teve a bola, porém, o time de Muricy ficou aberto e quase tomou o segundo gol.
O melhor – Buffarini: lateral direito argentino do San Lorenzo, que começou a carreira como meia, faz com que a saída de bola da equipe campeã da Libertadores tenha ótima saída de bola. Sem combate de Ganso, teve facilidade para progredir sempre até o campo ofensivo.
O pior – Rafael Toloi: uma semana depois de ser expulso e virar um dos responsáveis pela derrota para o Palmeiras, o zagueiro tomou o chapéu que resultou no gol decisivo do jogo.