O São Paulo chegou à liderança do Campeonato Brasileiro na última quinta-feira, após vencer o Goiás, fora de casa, com imposição e com todos os jogadores entrosados, sabendo exatamente o que fazer dentro de campo.
Um São Paulo que vai mostrando a sua melhor versão na temporada. E olha que foram muitas versões em 2020…
Antes da pandemia, Fernando Diniz apostava em uma formação com pontas rápidos e um meio de campo pouco marcador. Até a paralisação por conta do coronavírus, o treinador dizia que aquele era o melhor momento do Tricolor desde que ele havia chegado ao clube.
Após a pausa, porém, tudo mudou. O São Paulo perdeu Antony e a sua velocidade no ataque. O drible que quebrava linhas não existia mais, e o sistema defensivo se mostrou muito vulnerável. Para tentar suprir a necessidade na frente, Helinho e Paulinho Boia foram testados, mas não foram bem.
Na defesa, inúmeros testes foram feitos, e nesse período o clube vivenciou duras eliminações, como no Campeonato Paulista, para o Mirassol, e na fase de grupos da Libertadores. As oscilações colocaram cada vez mais pressão sobre Fernando Diniz.
– Das vezes que a gente oscilou, a gente teve um sofrimento muito grande. Fomos pagando algo que a gente sofreu. A derrota do Mirassol foi oscilação pós-pandemia. As dores do passado fizeram o time aprender e fomos melhorando nossas relações internas – afirmou Diniz em entrevista após a vitória sobre o Goiás.
Para acabar com a má fase vivida, o treinador precisou abrir mão de algumas convicções e fortaleceu o meio de campo com Luan, um volante muito mais defensivo do que Tchê Tchê. A entrada de Gabriel Sara no meio de campo e a fase espetacular de Brenner, artilheiro da equipe no ano com 18 gols, deixaram as coisas mais fáceis.
Outra figura importante para essa nova versão são-paulina foi Luciano. O jogador envolvido em uma troca com Everton, hoje no Grêmio, parece ter mudado o espírito do elenco. Além dos gols marcados, o atacante tem vibração e eleva o ânimo dos companheiros a cada jogo que passa.
Todos esses fatores, aliados à convicção da diretoria em bancar a permanência de Fernando Diniz em meio às inúmeras manifestações de pressão, fizeram o São Paulo chegar ao dia 3 de dezembro na liderança do Brasileirão como se titulares e reservas fossem uma unidade.
Gabriel Sara, por exemplo, sabe exatamente onde Brenner vai estar dentro da área. No segundo gol contra o Goiás, o meia nem precisou levantar a cabeça para saber que seu companheiro iria estar na pequena área apenas para empurrar para o gol.
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Daniel Alves, por sua vez, já sabe que quem manda ali no meio de campo é ele e quem ele pode acionar com um lançamento ou cobrar de forma mais dura uma jogada errada.
Luciano, se não fizer gol na partida, vai ajudar na marcação, vai brigar com o adversário e, de alguma forma, tentará mudar a parte anímica do time.
Na defesa, Diniz sabe que hoje pode contar com quatro zagueiros. Entre Bruno Alves, Arboleda, Diego Costa e Léo, qualquer um que entrar vai dar conta do recado. Nos últimos três jogos, todos atuaram alguma vez como titular.
Ainda resta muito Campeonato Brasileiro pela frente, mas o São Paulo chega neste momento com a certeza que o entrosamento e a união adquiridos pode levar o clube ao sétimo título da competição e acabar com um jejum de oito anos sem qualquer conquista.
O Tricolor volta a campo no domingo, às 16h, contra o Sport, no Morumbi, pela 24ª rodada.
Foto: Rubens Chiri / http://saopaulofc.net