A autoridade com que o Santos eliminou o Corinthians nas oitavas de final da Copa do Brasil transforma o time em forte candidato ao título do torneio. Depois da vitória por 2 a 0 da semana passada na Vila Belmiro, nesta quarta-feira a equipe do técnico Dorival Junior voltou a jogar muito bem e venceu sem sustos por 2 a 1, na Arena Corinthians, em São Paulo.
Sob os olhares de Dunga, técnico da seleção brasileira, e Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções da CBF, o Santos se impôs na casa do adversário e foi melhor do começo ao fim. Detalhe: o Corinthians havia vencido os seus últimos oito jogos na sua arena. Com a derrota desta quarta-feira, a equipe de Tite acumula três eliminações seguidas em casa. Antes, já havia caído diante do seu torcedor no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores.
Ao Corinthians resta agora o Campeonato Brasileiro para não passar mais uma temporada sem títulos. O time lidera a competição, mas vem sofrendo em clássicos. Com a derrota, a equipe chegou a oito jogos sem vitória contra os seus rivais no Estado.
Para evitar que o desgaste físico provocado pela maratona de jogos dos últimos dias causasse lesões, Tite deixou Elias e Fagner no banco de reservas. Na véspera, Jadson já havia sido vetado por causa de um edema na coxa direita. O treinador surpreendeu ao escalar o garoto Matheus Pereira pela primeira entre os titulares.
Como era de se esperar, o Corinthians começou o jogo bem, no embalo da sua torcida, tentando pressionar o Santos. A postura mais ofensiva, no entanto, fez o time correr riscos no contra-ataque. O Santos não vacilou quando teve a chance de marcar. Aos 14 minutos, Lucas Lima enfiou ótima bola para Geuvânio entre Edílson e Felipe. O atacante cruzou na medida para Gabriel, que entrou na área e bateu cruzado no contrapé de Cássio.
O gol caiu como um balde de água fria nos corintianos. Para se classificar, o time precisaria marcar quatro gols. Os jogadores passaram a atacar no desespero, sem nenhuma organização. Sobrava para Renato Augusto fazer quase tudo sozinho no meio de campo. Aos 26 minutos, ele fez grande jogada e por pouco não empatou o jogo. Passou a bola entre as pernas de Thiago Maia e bateu colocado no canto de Vanderlei, rente à trave esquerda.
As melhores chances de gol, no entanto, eram do Santos. Se não fossem as boas defesas de Cássio nos arremates de Ricardo Oliveira e Geuvânio, a vantagem da equipe santista no primeiro tempo seria maior.
No intervalo, Tite trocou Bruno Henrique por Cristian. A mudança não surtiu muito efeito e o Santos continuou melhor. Os visitantes não tiraram o pé do acelerador e continuaram jogando no ataque e trocando passes com tranquilidade, sem dar muito espaço ao Corinthians. Na intenção de aumentar o poder de fogo da equipe, aos 10 minutos Tite trocou Matheus Pereira pelo atacante Romero.
Mas quem chegou ao gol foi o Santos. Aos 19 minutos, em um lance muito parecido com a jogada do primeiro gol, Marquinhos Gabriel avançou pela direita e cruzou rasteiro para Ricardo Oliveira bater de primeira.
Com esse gol, o Corinthians teria de fazer cinco em 25 minutos para ficar com a vaga nas quartas de final. Sem acreditar (com razão) na chance de um milagre, muitos torcedores começaram a deixar a arena e não viram o gol marcado por Romero aos 27. Edílson ganhou a jogada de Lucas Lima no meio de campo e tocou para Vagner Love, que lançou Romero. O paraguaio bateu na saída de Vanderlei, mas nem vibrou. A vaga, com toda a justiça, já era do Santos.