Estava (quase) tudo certo. O Palmeiras já tinha Lucas Lima treinando e até dormindo no CT de Guarulhos, em 2011. O meia, aos 20 anos, havia encantado o técnico do time B, Luis dos Reis, ao se destacar pela Inter de Limeira na Série A-3 do Campeonato Paulista. Com aval do clube interiorano, bastava assinar contrato.
– Não foi nem avaliação, ele tinha ido para treinar mesmo. Mas acabou não ficando. Ficou uns dias e foi embora – lembra Reis, atualmente no comando do Rio Claro.
– Foi uma pena, queria muito que ele jogasse com a gente. Era um menino quieto, mas trabalhador. Já era diferente, com ótima enfiada de bola. Um jogador moderno, que ajudava na marcação. É claro que ele cresceu muito na mão dos treinadores, mas já víamos nele o que vemos hoje em dia – acrescenta.
Lucas Lima regressou a Limeira depois de receber do Palmeiras uma oferta de R$ 5 mil mensais com vínculo de três temporadas. Foi aconselhado a esperar oportunidades na primeira divisão em vez de topar o negócio que, segundo Edson Khodor, empresário que cuidava de sua carreira, foi tocado diretamente entre as duas diretorias, sem seu conhecimento ou de seu sócio.
– Um diretor do Palmeiras ligou para o meu sócio para perguntar se o jogador ficaria. Mas não estávamos nem sabendo que ele estava lá. Foi uma coisa combinada entre o presidente da Inter de Limeira e a diretoria de base do Palmeiras, juntamente com um investidor, uma empresa que desconhecemos – conta o agente, que diz ainda possuir direito de representação do jogador, apesar de eles terem se distanciado recentemente.
De volta após alguns dias, Lucas Lima deixou de vez o clube limeirense no ano seguinte, transferindo-se para o Internacional, de Porto Alegre. Ironicamente, o começo foi nas equipes de base. Pouco aproveitado no primeiro elenco, o meia foi emprestado ao Sport em 2013. Em dezembro, foi negociado com o Santos, onde ganhou projeção definitivamente, conquistou um título paulista (justamente diante do Palmeiras) até o momento e chegou à Seleção.
Nesta quarta-feira(25/11), dia da primeira final da Copa do Brasil, ele atuará pelo time da casa na Vila Belmiro, a partir de 22 horas (de Brasília). Poderia estar com a camisa alviverde. Não por 2011, mas porque, dias antes do acerto com o Santos, o Palmeiras ofereceu salário fixo de cerca de R$ 60 mil mais ganhos por produtividade para tê-lo no grupo principal, que havia acabado de vencer a Série B. No fim, porém, o reforço para o meio de campo foi Bruno César.