O tribunal de arbitragem de Haia condenou o Estado russo ao pagamento de uma indemnização de 30 mil milhões de dólares (cerca de 36 mil M€) aos acionistas da extinta Yukos, por expropriação ilegal da empresa fundada por Mikhail Kodorkovski.
A multa, a confirmar-se, será a maior de sempre decretada por um tribunal arbitral.
A decisão, inicialmente noticiada pelo jornal Kommersant, deverá por fim a um longo folhetim, que envolveu a acusações de crime por fraude fiscal, expropriação e prisão, em outubro de 2003, de Mikhail Kododorsvski (na foto, enquanto estava na prisão), então o dono da Iukos.
De acordo com a decisão do tribunal arbitral, a expropriação e a prisão de Kodokorvski tiveram motivos políticos e a acusação de fraude fiscal não passou de um pretexto, afirmou um advogado do escritório Shearman & Sterling, que representa a GML, holding a que Kododorvski já não está ligado mas que é a representada pela sociedade de prática legal no processo que reclamava uma reparação de 100 mil milhões de dólares.
Kodokorvski, que sempre se declarou inocente, foi preso em outubro de 2003 e condienado a 10 anos de prisão, acusado de desvio de fundos e fraude fiscal. Em dezembro do ano passado, depois de um anúncio surpreendente de Moscovo, o empresário foi libertado antecipadamente.
O universo da Yukos representava um império com um valor estimado superior a 40 mil milhões de dólares. Os ativos da empresa, entretanto desmantelada, passaram em grande parte para a Rosneft, presidida por um homem considerado muito próximo de Vladimir Putin.