A Rolls-Royce admitiu que está a cooperar com as autoridades brasileiras na investigação do caso do cartel da Petrobras, conhecido localmente como Petrolão. A empresa do Reino Unido está a ser questionada sobre a sua relação com um gestor envolvido no escândalo da petrolífera brasileira.
“Estamos a cooperar com as investigações das autoridades brasileiras, mas não podemos comentar mais nada sobre a investigação em curso”, disse um porta-voz da Rolls-Royce, citado pelo The Guardian este domingo, 30 de Agosto.
A primeira relação entre a empresa britânica e o escândalo da Petrobras surgiu em Fevereiro deste ano, depois um ex-executivo da Petrobras ter testemunhado que havia participado em esquemas de suborno que envolviam a Rolls-Royce e a petrolífera brasileira.
Como noticiou o Negócios a 16 de Fevereiro, a acusação partiu de Pedro Barusco, antigo executivo da companhia brasileira, e que é um dos principais informadores da polícia na investigação de corrupção envolvendo a Petrobras, a Operação Lava Jato.
Segundo este, a Rolls-Royce terá pago pelo menos 200 mil dólares (175 mil euros) de forma a conseguir um contrato da petrolífera no valor de 100 milhões de dólares (87,5 milhões de euros).
Além da Rolls Royce, outras companhias estrangeiras também estão a ser investigadas pelas autoridades brasileiras, como a holandesa SBM Offshore que constrói navios de abastecimento de plataformas offshore.
As ramificações deste caso estão também a ser investigadas nos EUA e em Portugal.
A Petrobras pode vir a pagar uma multa recorde nos Estados Unidos para encerrar investigações criminais e civis sobre o esquema de desvio de dinheiros públicos montado na petrolífera.
Já em Portugal, no início de Agosto deste ano, a Procuradoria-Geral da República portuguesa recebeu um pedido da justiça brasileira para ajudar na investigação, após documentos indicarem que o esquema chegou a Portugal, e pode ter atingindo empresas e personalidades nacionais.
A Operação Lava Jato teve início em Março de 2014 e investiga casos de corrupção envolvendo a Petrobras, grandes empresas brasileiras e políticos.
A 24 de Julho de 2015, os presidentes das construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez foram acusados formalmente pelo Ministério Público Federal do Brasil, por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
Ao todo, 22 pessoas foram acusadas formalmente pela Procuradoria brasileira, entre elas supostos operadores dos pagamentos, ex-directores e funcionários da Petrobras, antigos políticos, executivos das construtoras e os presidentes Marcelo Odebrecht, da empresa com o mesmo nome, e Otávio Marques de Azevedo, da Andrade Gutierrez.