O médico brasileiro Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos por abusar de 39 mulheres em São Paulo, foi detido nesta terça-feira 19, em Assunção, capital do Paraguai.
Abdelmassih, que abusava de suas vítimas durante a anestesia que realizava para as sessões de inseminação artificial, foi identificado pelas forças de segurança paraguaias durante uma operação de rotina da polícia municipal de Assunção e a Polícia Nacional para verificação de documentos.
O médico brasileiro, de 77 anos, foi detido no bairro de Villa Morra, uma das áreas mais caras da capital paraguaia. Abdelmassih residia em uma luxuosa casa com sua mulher de 37 anos.
Quando os policiais verificavam os documentos do fugitivo da Justiça brasileira perceberam que era buscado pela Interpol. A detenção ocorreu na hora do almoço.
Abdelmassih foi colocado à disposição da Justiça e será extraditado para Foz do Iguaçu. Ele dormirá na carceragem da Polícia Federal e, na quarta-feira, deve seguir de avião para São Paulo.
O secretário antidroga, Luis Rojas, e o diretor do Departamento de Migrações, Enrique Kronaweter, farão uma coletiva de imprensa durante esta tarde. A imprensa paraguaia chama Abdelmassih de “o doutor Terror”.O Conselho Federal de Medicina (CFM) não quis se manifestar sobre a prisão do médico. Por meio da assessoria de imprensa, o colegiado argumentou que o profissional teve seu registro de médico cassado e, por isso, não se trata de problema da categoria, mas um caso de polícia.
O cancelamento do registro de médico ocorreu em 2011, 21 meses depois do início das investigações. A primeira medida tomada pela categoria contra o então colega ocorreu em 2009 e foi determinada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo com base em provas de abuso sexual praticado contra pacientes.
Na época, o colegiado estadual determinou a suspensão, cautelar, do registro de Abdelmassih.
A medida teve duração de seis meses. Terminado o prazo, foi renovada por igual período.
Pouco antes de vencer a segunda suspensão temporária, o Cremesp julgou o cancelamento definitivo do registro profissional do médico. Somente nove meses depois, no entanto, é que o Conselho Federal de Medicina homologou a decisão do Cremesp e proibiu definitivamente o profissional de exercer a medicina.