O secretário de Estado do Meio Ambiente André Corrêa acredita que a água de esgoto, após o tratamento adequado, pode ser reutilizada para abastecer as empresas afetadas pela crise hídrica no estado. Em entrevista ao Bom Dia Rio nesta sexta-feira (30), o secretário detalhou algumas estratégias de reuso da água e fez um apelo para que a Agência Nacional de Águas (ANA) não reduza o volume captado do Rio Paraíba de Sul para a Região Metropolitana do Rio.
“Uma água hoje que é usada pela Cedae para limpar seus filtros, que hoje é descartada, pode servir para as indústrias afetadas. Nós temos também a possibilidade de usar água de esgoto que depois de tratada pode ser usada para essas empresas”, explicou.
A secretaria firmou nesta quinta-feira (29), um acordo com as indústrias do Rio de Janeiro para que elas reduzam o consumo. As empresas terão que fazer mudanças no sistema de captação do Rio Paraíba do Sul e reaproveitar água. O compromisso foi firmado após dois dos reservatórios que abastecem o estado atingirem o volume morto.
“Nós já estamos operando em uma situação crítica. A Cedae nunca operou tanto tempo nas condições que está operando hoje. Então, nós estamos fazendo um apelo, mas é a Agência Nacional de Águas que tem a caneta para decidir isso, ela está ouvindo os estados, tendo uma postura democrática”, explicou.
Nesta quinta, o nível da bacia do Rio Paraíba do Sul – a média do volume dos quatro reservatórios que abastecem o Rio – chegou a 0,5%, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), que pretende diminuir ainda mais o volume captado do Paraíba do Sul para abastecer o estado do Rio. A vazão seria reduzida de 140 mil litros por segundo para 110 mil. A decisão final será tomada no dia 5 de fevereiro, mas o governo do Rio já adiantou que não concorda com esse novo número, e que essa redução poderia afetar o abastecimento.Na reunião com as indústrias, foi discutida a construção de uma adutora de 14 quilômetros de extensão ligando a estação de tratamento do Guandu ao Complexo Industrial de Santa Cruz. As 14 empresas instaladas ali deverão usar mil litros por segundo de água de lavagem de filtros e máquinas da Cedae, que hoje são descartados. Mas esta obra não ficaria pronta antes de junho. Uma reunião técnica marcada para esta sexta-feira (30)x1′ deverá definir os custos e o prazo da obra.