Após dez dias de greve na unidade da Chery em Jacareí (SP), o Sindicato dos Metalúrgicos entrou com uma ação de dissídio coletivo contra a montadora no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) deCampinas. A medida foi motivada pelo entrave entre a categoria e a unidade para negociação do acordo coletivo com os trabalhadores.
A greve na fábrica de Jacareí teve início no dia 6 de abril com adesão dos 470 operários da unidade. A categoria reivindica que a empresa assine a convenção coletiva, equipare salários e direitos trabalhistas praticados por outras montadoras da região.
Segundo o sindicato, a Chery propôs reajuste apenas para o piso salarial em negociação. Pela proposta, o piso passaria de R$ 1.199 para R$ 1.470 até setembro deste ano. A montadora também propôs que, com o reajuste aprovado, não haja campanha salarial na unidade em 2015 e ofereceu a redução da jornada de trabalho em uma hora até 2017.
O sindicato informou que rejeitou as propostas e decidiu, em assembleia com os trabalhadores, dar continuidade à greve. Entre as reivindicações do sindicato também estão o fim da terceirização irregular, extensão do convênio médico para os familiares dos trabalhadores e cumprimento das normas de segurança do trabalho.A unidade da Chery em Jacareí possui cerca de 470 trabalhadores e fabrica o modelo Celer nas versões Hatch e Sedan. Com o investimento de US$ 530 milhões na construção das instalações no Brasil, a fábrica foi inaugurada em agosto do ano passado e prevê a produção de 25 mil veículos para 2015.
Outro lado
Por meio de nota, a empresa confirmou as propostas feitas à categoria e disse que está avaliando uma nova proposta aos trabalhadores diante da negativa. A Chery informou que ainda não foi notificada sobre a ação no TRT. A empresa afirmou que está aberta à negociação e que “espera entrar em acordo o mais rápido possível com o sindicato”.